Vai que ele lê


Quero uma pessoa que me admire, me dê força, me faça rir, faça a minha vida ficar mais leve. A gente já tem problemas demais para estar ao lado de quem não colabora para a vida ficar melhor (isso vale para amigos e amores). Sinceramente, não peço muito. Não precisa me oferecer um mundo de sonhos, só precisa me mostrar uma realidade tranquila. Sem sobressaltos, sem portas batendo, sem telefone desligando na cara, sem pneus cantando na madrugada, sem gritos, sem palavrões, sem piração. E eu também sei que romance de cinema existe só lá na telinha. Então eu quero tranqüilidade. Não quero alguém que faça meu  coração acelerar, minhas pernas tremerem, fogos de artifício imaginários aparecerem. Isso  existe, sim, mas se chama paixão. Quero um amor sossegado. Alguém para me abraçar, assistir um filme, jogar baralho, viajar, conversar, contar o dia, fazer cafuné, dar apoio, confortar. Quero troca, carinho, respeito, cumplicidade. O amor é uma amizade sem inveja. É um sonho com realidade. É uma realidade sem photoshop. O amor é um abraço apertado, um olhar que se encontra, um silêncio que não incomoda, um barulho de onda, um gosto bom. Não tem serenata, mas tem bilhetinho dentro da bolsa. E rotina, cansaço, discussão, divergências de opinião. Mas, acima de tudo, tem paciência. E vontade.

Texto de Clarissa Corrêa
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