Quase perfeito, nosso amor, não fosse o final (REC)


“Não acredito que os opostos se atraem
Mas porque será que nós nos afastamos tanto
Quando ficamos tão iguais?”

Depois de um dia qualquer, corrido, pautas e prazos a cumprir. Ligo o computador, baixo um cd que me enviaram, corro para o banho, quero relaxar. A música que toca entra pelos meus ouvidos, e remexe tudo dentro de mim.

Eu me prendi entre teus dedos,
quando peguei na tua mão
Eu me tornei você tão cedo,
quando senti teu coração
Batendo junto ao meu,
Como se fosse o meu.
O amor que eu vou te dar
é bem maior do que você imagina
Deixa a luz do sol entrar,
e veja o que ele te ensina
O amor que eu vou te dar
é bem maior do que você imagina
Deixa a luz do sol entrar.
Você me diz seja bem vindo,
de agora em diante eu sou seu lar.
Cansado de buscar abrigo,
agora você pode descansar.
No peito meu, como se fosse o teu lar.

Tudo que eu tenho tentado matar em mim ressuscita com uma insistência bíblica, três dias e você reaparece em minha mente, com meu chocolate favorito. Com um filme romântico, com beijos secando minhas lágrimas. Eu vou te escrever até o último dia, escrever traz à tona tudo que eu sufoco, que afogo em lágrimas que não choro. Na porta de tua casa, o beijo na chuva, o beijo do super-heroi, alguém anda por aí e deve ter algo para me oferecer que você não quis. Mas ele não será você. Não é fácil. Senti teu coração tão acelerado como o meu, nosso medo infantil de sermos rejeitados, de não dar certo, o certo às vezes pode ser o errado. Eu não queria ter batido a porta, virado às costas depois de ter dito tanta coisa. Mas eu nunca disse que não te amo. Eu iria além, se você quisesse ir também. Eu sonhei com você na semana que passou, eu fecho os olhos quando o ônibus passa pela rua em que a gente sempre se encontrava, eu gostaria de mudar de cidade. Há lugares em que eu não mais quero voltar. É inútil, pois você vai comigo aonde eu vou.

Eu quis tanto te amar comedidamente, a gente combinou não se lançar por medo. Não do outro, mas da gente mesmo. Ainda espero tuas palavras de arrependimento, desculpas, ainda tenho tanto para te dizer eu vi tantos sinais, eu vivi tanto cada segundo, e nada morre dentro de mim.

Ainda vive aqui tudo que você falou do “Eu te amo, embora você nunca acredite” até o “Me deixe em paz, boa sorte”. Quem foi que mentiu nessa história? Eu dizendo que não acreditava no teu amor, ou você dizendo que amava? E esse medo gigante que não passa de nunca mais acreditar, que eu seja capaz de amar sem medo, de dizer que amo? E essa racionalidade ridícula que você tanto amava? Ainda sou seu amor, sua exceção, sua doida, ainda sua. Sempre sua. Porque aquela que fui com você jamais existirá para outro alguém.

Você age de um jeito,
Se comporta ,como alguém que não se importa,
Com o que restou de mim,
E quando a luz se apaga você chora,
Revivendo aquela hora,
Que você... desejou o fim.

Eu iludida, como uma criança, fico a espera de seu telefonema, de seu e-mail, ao mesmo tempo em que torço para nunca te encontrar na rua, eu não sei como agiria. Eu quero alguém que me cure desse amor pela metade, desse fim adolescente, dessa dor que surge do nada, das memórias que ficam reaparecendo quando eu já havia esquecido, que me cure de ouvir minha razão, que faça meu coração gritar para que eu nunca mais ouça seu nome, que eu nunca mais lembre de tuas mãos, que eu me esqueça de quem fomos. 

Que não cometa os mesmos erros que você, que fique quando deseja ir, que chore comigo, que eu caiba nos braços dele, que a gente se encaixe como nós nunca nos encaixamos. Eu sei que foi um erro, mas ainda não tenho muita vontade de acertar. Tocando agora: 

A culpa é sua por não estarmos juntos
Você tem medo e não quer tocar no assunto
Ainda te afeto sei que você me entende
Se não me quer então por que me ofende?
Eu deixarei que o tempo se encarregue de fazer
Com que você me esqueça a cada amanhecer
Transformando os dias em silêncio
Matando aos poucos do jeito que você quer
Que você quer... Sabotamos outra vez o amor


Dentro de mim eu grito, ainda que em silêncio, “Se não há mais volta, vá”. O tempo passou, desliguei o chuveiro, meu rosto ainda molhado enquanto me arrumava para deitar, sem ouvir tua voz me desejando boa noite, deito com o refrão ecoando: 

Agora não quero acordar
Ainda há uma chance de encontrar
Alguém que eu
Queria tanto quanto eu quero você.

Os trechos são músicas do Reação em cadeia, do novo cd.

Luana Gabriela
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