Quase aniver

Eeeeeeeeee! Estou na data pré-aniversário. Portanto, bem sensível. Hoje depois de fazer a unha, sobrancelha e blá, a minha manicure me abraçou e falou coisas bonitas, quase chorei, depois olhando descobri que também estou de TPM. Ou seja choradeira está por vir. Já comecei a ganhar presentes hoje também, de uma amiga da escola em que trabalho, e olha que hoje era aniver dela também. Também era da minha vó, que decidiu não fugir pra praia como ela sempre faz, mas ficar por aqui e fazer um jantarzinho. Enfim, acabei de ler um texto que achei lindo. Especialmente o final e queria compartilhar! Depois do texto uma tirinha que quando me der na loca, eu poderia tatuar.

=D

Namore uma garota que lê

Namore uma garota que gasta seu dinheiro em livros, em vez de roupas. Ela também tem problemas com o espaço do armário, mas é só porque tem livros demais. Namore uma garota que tem uma lista de livros que quer ler e que possui seu cartão de biblioteca desde os doze anos.

Encontre uma garota que lê. Você sabe que ela lê porque ela sempre vai ter um livro não lido na bolsa. Ela é aquela que olha amorosamente para as prateleiras da livraria, a única que surta (ainda que em silêncio) quando encontra o livro que quer. Você está vendo uma garota estranha cheirar as páginas de um livro antigo em um sebo? Essa é a leitora. Nunca resiste a cheirar as páginas, especialmente quando ficaram amarelas.

Ela é a garota que lê enquanto espera em um Café na rua. Se você espiar sua xícara, verá que a espuma do leite ainda flutua por sobre a bebida, porque ela está absorta. Perdida em um mundo criador pelo autor. Sente-se. Se quiser ela pode vê-lo de relance, porque a maior parte das garotas que leem não gostam de ser interrompidas. Pergunte se ela está gostando do livro.

Compre para ela outra xícara de café. Diga o que realmente pensa sobre o Murakami. Descubra se ela foi além do primeiro capítulo da Irmandade. Entenda que, se ela diz que compreendeu o Ulisses de James Joyce, é só para parecer inteligente. Pergunte se ela gosta ou gostaria de ser a Alice.

É fácil namorar uma garota que lê. Ofereça livros no aniversário dela, no Natal e em comemorações de namoro. Ofereça o dom das palavras na poesia, na música. Ofereça Neruda, Sexton Pound, cummings. Deixe que ela saiba que você entende que as palavras são amor. Entenda que ela sabe a diferença entre os livros e a realidade mas, juro por Deus, ela vai tentar fazer com que a vida se pareça um pouco como seu livro favorito. E se ela conseguir não será por sua causa.

É que ela tem que arriscar, de alguma forma.
Minta. Se ela compreender sintaxe, vai perceber a sua necessidade de mentir. Por trás das palavras existem outras coisas: motivação, valor, nuance, diálogo. E isto nunca será o fim do mundo.

Trate de desiludi-la. Porque uma garota que lê sabe que o fracasso leva sempre ao clímax. Essas garotas sabem que todas as coisas chegam ao fim. E que sempre se pode escrever uma continuação. E que você pode começar outra vez e de novo, e continuar a ser o herói. E que na vida é preciso haver um vilão ou dois.

Por que ter medo de tudo o que você não é? As garotas que leem sabem que as pessoas, tal como as personagens, evoluem. Exceto as da série Crepúsculo.

Se você encontrar uma garota que leia, é melhor mantê-la por perto. Quando encontrá-la acordada às duas da manhã, chorando e apertando um livro contra o peito, prepare uma xícara de chá e abrace-a. Você pode perdê-la por um par de horas, mas ela sempre vai voltar para você. E falará como se as personagens do livro fossem reais – até porque, durante algum tempo, são mesmo.

Você tem de se declarar a ela em um balão de ar quente. Ou durante um show de rock. Ou, casualmente, na próxima vez que ela estiver doente. Ou pelo Skype.

Você vai sorrir tanto que acabará por se perguntar por que é que o seu coração ainda não explodiu e espalhou sangue por todo o peito. Vocês escreverão a história das suas vidas, terão crianças com nomes estranhos e gostos mais estranhos ainda. Ela vai apresentar os seus filhos ao Gato do Chapéu [Cat in the Hat] e a Aslam, talvez no mesmo dia. Vão atravessar juntos os invernos de suas velhices, e ela recitará Keats, num sussurro, enquanto você sacode a neve das botas.

Namore uma garota que lê porque você merece. Merece uma garota que pode te dar a vida mais colorida que você puder imaginar. Se você só puder oferecer-lhe monotonia, horas requentadas e propostas meia-boca, então estará melhor sozinho. Mas se quiser o mundo, e outros mundos além, namore uma garota que lê.

Ou, melhor ainda, namore uma garota que escreve.


Texto original: Date a girl who reads – Rosemary Urquico

Tradução e adaptação – Gabriela Ventura

 By Macanudo

Mulher de 30

Tirinha do Mulher de 30 - mulher30.com.br

Você não se lembra?


Para ler ao som de Don´t You remember? - Adele



Não me esqueça. Não esquece que eu dei todo o amor que tinha. Não esqueça que eu te amei exatamente como você era, eu te amei sem pedir que mudasse nada. Não esquece que eu nunca reclamei das tuas roupas tão estranhas, do teu cabelo sem corte, do teu jeito fechado de ser, da tua maneira distante de amar. Não esquece que eu abri mão de muitos sonhos pra te fazer feliz. Não esquece que larguei coisas em que acreditava pra te fazer sorrir. Não esquece que eu nunca te pedi pra falar mais baixo, pra sentar direito, pra parar de roncar, pra não puxar a coberta.

Não esquece que eu quis conhecer teu mundo, tão diferente do meu. Não esquece que aprendi a amar teu mundo e tudo que você era, não esquece que eu te quis do jeito mais puro e o mais ardente que alguém poderia querer. Não esquece que meu corpo era teu abrigo, que você disse que eu era teu lar. Onde será que você mora agora?

Não esquece que eu não desisti do nosso amor, eu apenas abri mão de todo o sofrimento que ele nos traria, porque a gente ama tão diferente do que o outro precisa. Não esquece daquela nossa música, daquele filme que é a nossa história, do nosso beijo na chuva, do beijo estilo super-herói. Não esquece que eu nunca vou te esquecer. Não esquece que eu nunca vou deixar de te amar, mesmo à distância, mesmo em silêncio, mesmo que seja do jeito que você não queria ser amado. Mesmo que seja como amigo.

 Não esquece que eu nunca disse que era infinito, eterno. Não esquece que eu te escrevi, que eu cantei pra você, que eu te fiz de inspiração. Não esquece que eu quis cuidar de você, que eu só quis ser cuidada também. Não esquece que o nosso amor não deu certo junto, mas deve haver quem receba o que você quer dar e fique satisfeita. Não esquece que eu acreditei na gente, muito mais que em mim e você separados. Não esquece que eu te esperei por anos. Não esquece que eu nunca me arrependi de nada. Não esquece que eu não queria que fosse assim, embora tivesse certeza que o fim viria. Não esquece que eu nunca quis te magoar, não esquece que eu te confessei meus medos, meus pecados, meus pequenos acertos. Não me esquece, porque eu não te esqueço.

Sweet

Ganhei carinho de uma das minhas alunas hoje! Semana passada também ganhei, adesivos coloridos e balas (foto do Luan Santana (oi?)), dela e de uma amiga. Hoje ganhei marshmallows coloridos no espeto, com direito a morango e estrelas. Não chorei porque não tô na TPM se não... 



Sweet Class

Mas somos

Andei te encontrando sem você saber. Lá estava você no filme que estreeou e a gente queria tanto ver. Lá estava você ao meu lado naquele encontro literário. Lá estava você no show do Pearl Jam, que a gente tinha comprado os ingressos. Lá estava você, me esperando sentado na mesa do shopping, imaginando o que será que eu tinha preparado pro seu aniversário. Lá estava você me esperando sair da faculdade pra me levar pra conhecer seu pai. 

Lá estava você pegando a estrada comigo, rumo ao litoral, com muita pipoca, coberta e amor na bagagem. Lá estava você procurando não parecer nem palhaço demais e nem sério demais pros meus pais. Lá estava você com vergonha das verdades dos nossos corpos. Lá estava você esquentando a água pro café, esquentando meus pés, lá estava você olhando pro céu sem estrela, mas fazendo meus olhos brilharem. Lá estava você em cada canto que eu olhava, em cada vento que eu sentia me tocando a pele, acariciando os cabelos, lá estava você pedindo pra eu não pintá-los "também não corta que eu quero mais centímetros teus pra tocar". 

Lá estará você quando eu sair pra comemorar o fim da pós, o meu aniversário, a chegada das férias, no que seria o nosso primeiro Natal juntos, e que já dava briga "na minha família ou na sua?". Lá estará você na pousada da ilha reservada pro Ano Novo. No seu presente de aniversário de namoro que agora vai ser meu presente de fim de namoro. Lá estará você na quinta temporada do nosso seriado, que assistiremos separados. Lá estará você em cada momento que sonhei que estaríamos juntos, só vai haver você dentro de mim, onde dói, onde eu queria esquecer, onde o tempo que passar vai ser pouco. Lá estará você gritando pra mim que tenho que começar de novo. Lá estará você sussurando pra mim "Deixa estar".

Lista de Desejos

Sim, aqui vai mais uma lista com coisas que eu quero, mas são coisas materiais bem mais fáceis de conseguir - não que eu vá me lançar por aí comprando-as. Né?



Blush Caramelo, Avon -







Batom Intense 101 - Boticário 



Perfume A.R.T., Eudora -

Trio de sombras - Absinthe da Eudora



Um coletinho de renda -


Um coletinho floral -







Livros

Um dia -



Não sou mulher de rosas -





Um pouco do resto -

Ah! Ninguém me disse isso antes

Sei lá, deve ser a proximidade do meu aniversário - não tão próximo assim -, mas essa semana tá sendo de rever conceitos, atitudes, pessoas, relacionamentos. E aí olhando alguns livros didáticos para dar futuras lições de redação, dou de cara com um texto que olha, me tirou o chão, se eu estivesse de TPM com certeza teria me desfeito em lágrimas. Quando uma amizade chega ao fim, quando um relacionamento chega ao fim, de início a culpa ou é só sua ou é só do outro. Depois, o sentimento de raiva e tristeza acalma, e você começa a pensar que na verdade todo mundo é um pouco responsável pelo fracasso da relação, seja ela qual for. Eu não sei atingir o equilíbrio ou sou muito razão e nada vale a pena, ou sou muito sentimento e o amor compensa tudo, inclusive a falta de amor do outro.

É muito difícil assumir que todo o amor que você recebeu era pouco pra você, mas era tudo que o outro podia te dar, e que talvez vá sempre ser pouco, porque você dá muito, e mesmo sem querer, espera não ficar com sede e ser saciado também. A culpa não é de ninguém, ninguém está completamente errado, nem completamente certo. Só que nesse momento, ninguém está com ninguém, embora o tempo tenha passado - relativamente- e tudo tenha mudado - relativamente - a gente continua junto, nas lembranças diárias do que poderia ser se soubéssemos fazer o nosso amor bonito. Eu não me arrependo, mas queria começar de novo, diferente, e fazer o amor bonito. Como o Artur da Távola, explica nesse texto. 

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Artur da Távola
Para quem quer aprender a gostar

Talvez seja tão simples, tolo e natural que você nunca tenha parado para pensar: aprenda a fazer bonito o seu amor.Ou fazer seu amor ser ou ficar bonito.Aprenda, apenas, a tão difícil arte de amar bonito. Gostar é tão fácil que ninguém aceita aprender. Tenho visto muito amor por aí.
Amores mesmo, bravios, gigantescos, descomunais, profundos, sinceros, cheios de entrega, doação e dádiva.Mas esbarram na dificuldade de se tornar bonitos.Apenas isso: bonitos, belos ou embelezados, tratados com carinho, cuidado e atenção.Amores levados com arte e ternura de mãos jardineiras.

Aí esses amores que são verdadeiros, eternos e descomunais de repente se percebem ameaçados apenas e tão somente porque não sabem ser bonitos: cobram; exigem; rotinizam; descuidam; reclamam; deixam de compreender; necessitam mais do que oferecem; precisam mais do que atendem; enchem-se de razões.Sim, de razões. Ter razão é o maior perigo no amor.

Quem tem razão sempre se sente no direito (e o tem) de reivindicar, de exigir justiça, equidade, equiparação, sem atinar que o que está sem razão talvez passe por um momento de sua vida no qual não possa ter razão. Nem queira. Ter razão é um perigo; em geral enfeia um amor, pois é invocado com justiça, mas na hora errada. Amar bonito é saber a hora de ter razão.Ponha a mão na consciência. Você tem certeza de que está fazendo o seu amor bonito?

De que está tirando do gesta, da ação, da reação,do olhar, da saudade, da alegria do encontro, da dor do desencontro a maior beleza possível? Talvez não. Cheio ou cheia de razões, você espera do amor apenas aquilo que é exigido por suas partes necessitadas, quando talvez dele devesse pouco esperar, para valorizar melhor tudo de bom que de vez em quando ele pode trazer.

Quem espera mais do isso sofre, e sofrendo deixa de amar bonito.Sofrendo, deixa de ser alegre, igual, irmão, criança. E sem soltar a criança, nenhum amor é bonito. Não tema o romantismo. Derrube as cercas da opinião alheia. Faça coroas de margaridas e enfeite a cabeça de quem você ama. Saia cantando e olhe alegre. Recomendam-se: encabulamentos; ser pego em flagrante gostando;não se cansar de olhar; não atrapalhar a convivência com teorizações; adiar sempre, se possível com beijos,“aquela conversa importante que precisamos ter”; arquivar, se possível, as reclamações pela pouca atenção recebida.

Para quem ama, toda atenção é sempre pouca. Quem ama feio não sabe que pouca atenção pode ser toda atenção possível. Quem ama bonito, não gasta o tempo dessa atenção cobrando a que deixou de ter. Não teorize sobre o amor (deixe isso para nós, pobres escritores que vemos a vida como a criança de nariz encostado na vitrina cheia de brinquedos dos nossos sonhos): não teorize sobre o amor; ame. Siga o destino dos sentimentos aqui e agora. Não tenha medo exatamente de tudo o que você teme.Como: a sinceridade; não dar certo; depois vir a sofrer (sofrerá de qualquer jeito); abrir o coração; contar a verdade d o tamanho do amor que sente. Jogue pro alto todas as jogadas, estratagemas, golpes, espertezas, atitudes sabidamente eficazes (não é sábio ser sabido): seja apenas você no auge da sua emoção e carência, exatamente aquele você que a vida impede de ser. Seja você cantando desafinado, mas todas as manhãs.

Falando besteira, mas criando sempre. Gaguejando flores. Sentindo o coração bater como no tempo do natal infantil.Revivendo os carinhos que intui em criança. Sem medo de dizer eu quero, eu gosto, eu estou com vontade. Talvez aí você consiga fazer o seu amor bonito, ou fazer bonito o seu amor, ou bonitar fazendo o seu amor, ou amar fazendo o seu amor bonito (a ordem das frases não altera o produto), sempre que ele seja a mais verdadeira expressão de tudo o que você é, e nunca: deixaram, conseguiu, soube, pôde, foi possível, ser. 

Se o amor existe, seu conteúdo já é manifesto. Não se preocupe mais com ele e suas definições. Cuide agora da forma. Cuide da voz. Cuide da fala. Cuide do cuidado. Cuide do carinho. Cuide de você. Ame-se o suficiente para ser capaz de gostar do amor e só assim poder começar a tentar fazer o outro feliz.

Deu um nó

É que eu já não sabia mais como viver fora da caverna. Como sair pra pegar Sol sem machucar meus olhos, queimar a pele e ficar marcada por sei lá quantos meses. Mas é quase verão, e faz muito calor aqui. Também não sei se você vai entender o que digo sem dizer. Embora eu lembre que antes de tudo acontecer você era muito bom nisso. 

É estranho dizer - antes de tudo acontecer - porque parece que nada aconteceu porque sempre existiu, entende? Aquelas coisas que a gente só vê em filme, ou em romances adolescentes de 600 páginas, a gente se afasta pra poder ver o outro feliz. Mas não sabe o quanto ele sofre. E quando sabe já não quer mais, e quer de novo e pra sempre. Entende?

Não me ache absurda por tentar dizer, sem dizer propriamente e diretamente, mas é que nada aqui dentro é direto, reto e próprio. O que estou sentindo parece ter sido roubado de alguma novela mexicana, de alguma tragicomédia. Enfim, o que eu queria mesmo era conseguir me proteger do Sol, pegar só o que é bom, e não deixar que nada me estrague, nem por fora, nem por dentro. 

É que eu não gosto de praia, nem do verão, mas tô sentindo uma vontade imensa de sentir o gosto do mar, o Sol tocando minha pele, e a brisa acariciando meus cabelos. Só que eu ainda não descobri um jeito de não me queimar, de não me afogar e aproveitar tudo isso só na superfície. 

Brega

Cara, eu sei que todo mundo vai dizer que é brega, mas whatever. Eu AMO essa música do Jeneci. É uma mistura de Roberto Carlos - que eu ADORO - com Wando - que eu não recrimino.

Ps: tentei a todo custo colocar o vídeo aqui, mas não deu.

Quarto de Dormir - Marcelo Jeneci
Um dia desses você vai ficar lembrando de nós dois
E não vai acender a luz do quarto quando o sol se for
Bem abraçada no lençol da cama vai chorar por nós
Pensando no escuro ter ouvido o som da minha voz
Vai acariciar seu próprio corpo e na imaginação
Fazer de conta que a sua agora é a minha mão
Mas eu não vou saber de nada do que você vai sentir
Sozinha no seu quarto de dormir
No cine-pensamento eu também tento reconstituir
As coisas que um dia você disse pra me seduzir
Enquanto na janela espero a chuva que não quer cair
O vento traz o riso seu que sempre me fazia rir
E o mundo vai dar voltas sobre voltas ao redor de si
Até toda memória dessa nossa estória se extinguir
E você nunca vai saber de nada do que eu senti
Sozinho no meu quarto de dormir



É isso, eu nunca vou saber como você se sentiu sozinho no seu quarto e você, embora ache que pode descobrir algo me lendo, nunca vai saber realmente como me senti, sozinha, no quarto, antes de dormir. Eis o mistério que ainda nos liga. 

6 coisas que ainda não fiz, mas quero fazer

Peguei carona no post da Lux Brito, do Caixa Preta, e decidi fazer a minha pequena lista, que pensando bem tem itens iguais aos da lista dela.



1) Fazer outras tatuagens. 



Uma colorida com desenhos do Kurt Halsey e outra no braço com uma frase, que eu ainda não decidi se vai ser um poema do Paulo Leminski ou uma música do Los Hermanos. Também não escolhi nem o lugar nem o desenho do Kurt Halsey pra fazer a colorida.


2) Aulas de Box



Sim, sou doida pra fazer aulas de box, há anos. Já fui procurar academia especializadas e tals. Mas, é muito longe da minha casa. E além do mais quando eu tenho tempo não tenho dinheiro, quanto tenho dinheiro não tenho tempo. E, ainda não acabou, minha mãe acha um absurdo mulher treinar box.


3) Aprender a dirigir

É, eu já tentei, mas nem fui fazer o teste no Detran, porque CERTEZA que eu não passaria, isso já faz uns anos. E não é bem que eu queira tirar a carteira de habilitação, mas é que eu preciso.


4) Viajar para Paris e para Nova York


Paris é um sonho e ponto. O lugar onde tudo é lindo e ponto. Sabe-se lá há quanto tempo eu espero essa viagem. Já Nova York é um plano novo, nunca tinha pensado em ir pra lá, agora já é um alvo.

5) Voltar a tocar



A vida vai direcionando a gente para aquilo que vai nos sustentar, eu acho. Porque a gente precisa comer, vestir e algumas coisas que podem ser consideradas lazer vão sendo deixadas de lado. Eu ainda toco, tiro umas músicas, mas eu queria poder me dedicar mais, voltar a compor com uma amiga minha que também toca, talvez retomar uma banda que a gente já teve, fazer uns covers do que a gente curte. Enfim, uma vontade. Aí também entra voltar a fazer teatro, por exemplo.

6) Ter filhos/ adotar




Eis uma vontade MUITO antiga. Desde que eu tinha uns 10 anos já pensava em adotar. Sou filha adotiva da minha mãe linda, e sempre tive muito essa vontade. Só que eu só quero ter filhos homens, 3, que já têm até nome escolhido. Meu sonho de mãe é andar por aí com meus filhos vestidos de super-heróis no mercado, por exemplo. Esses dias aconteceu isso com o filho de uma amiga. A gente foi no mercado e ele vestido de homem-aranha, com a cesta do mercado na cabeça brincando, e eu me senti muito feliz de participar daquela brincadeira. Eis um sonho. Eu sugeri esses dias pra minha mãe: vamos adotar um menininho mãe. E eu tava falando sério.


Es por amor

=D

Nerd?


Retiradas do blog:Amor de papelão



Trilha: Dançando - Agridoce

O mundo acaba hoje e eu estarei dançando com você

Giz

E mesmo sem te ver
Acho até que estou indo bem
Só apareço, por assim dizer
Quando convém aparecer
Ou quando quero
Quando quero

Desenho toda a calçada
Acaba o giz, tem tijolo de construção
Eu rabisco o sol que a chuva apagou
Quero que saibas que me lembro
Queria até que pudesses me ver
És parte ainda do que me faz forte
E, pra ser honesto,
Só um pouquinho infeliz...

Mas tudo bem
Tudo bem, tudo bem... (2x)
Lá vem, lá vem, lá vem
De novo...
Acho que estou gostando de alguém
E é de ti que não me esquecerei

(Quando quero....
Quando quero...
Quando quero...
Eu rabisco o sol que a chuva apagou...
Acho que estou gostando de alguém...)


Legião urbana - Giz

Simples Juntos

"With you I knew God's face was handsome"


Você e suas referências musicais dos anos 80, início dos 90. Você e suas citações literárias contemporâneas, você e suas unhas escuras e curtas, pra poder tocar melhor. Eu posso imaginar você deitada sobre seu edredon vermelho, pensando em fazer um café pra que ao menos sua garganta se sinta quente e acariciada. Você e seus dramas mexicanos, que tanto me irritavam, encantavam e me cansaram.

Enquanto dedilho qualquer coisa do Bob Dylan ao violão, sei que está com o seu tentando cantar alguma da Alanis. Tenho vontade de te enviar, um email, um sms e dizer que tudo que você quer cantar, escrever, gritar e não consegue ela canta em Simple Together. Bem essa que você achou que nunca se encaixaria tão bem em sua vida. Sou eu, seu ex-melhor amigo, seu ex-namorado, sua ex-alma gêmea (mesmo que esse conceito não faça o menor sentido pra você, tão cética depois de, a gente sabe bem depois de quem). Quantas noites passei ouvido você dizer o quanto ele era tão perfeito pra tudo que você sempre quis, passei as mesmas noites pensando em te lembrar que perfeito mesmo é aquele amor que a gente vive, que não fica só na nossa memória, só no que imaginamos ter existido entre a tela do computador, e as vozes no telefone, as imagens no skype. Pensei tanto agora em te dizer que perfeito foi o amor que nós vivemos. Lembrei de você me contando estar tão cética que ouviu aquela do Reação “quase perfeito nosso amor, não fosse o final” e me contando que por muito tempo pensava na história linda do casal da música e acreditando que eles tiveram um fim de relacionamento turbulento, agressivo. Até eu te mostrar que talvez, o que ele quis dizer é que amores perfeitos não têm fim. Será que invertemos nossa crença?

Você pensa em aprender a tocar teclado pra poder tirar algumas da Adele, quem sabe Don´t you remember? Você tenta bater o recorde de tempo na esteira, e desaba lembrando de nós. Do meu sorriso que você desenhava com os dedos calejados de tentar tocar aquela música que nos traduzia. Sei que fica pensando antes de adormecer que está doendo, mas vai passar, tantas outras dores já passaram. Eu queria estar aí pra te dizer que não passaram e não vão passar. Que o tempo é um mentiroso e que cada vez que uma dor nova aparece ela traz junto aquelas outras tantas que jogamos pra baixo do tapete, só o amor abre a janela e deixa que todas vão embora. Eu queria estar aí.

Sei que as palavras que dissemos nunca serão esquecidas, mas nem nossos beijos, nem nossos abraços, nem nosso encaixe, nem tudo aquilo que nos demos, eu era um nerd sozinho até você chegar e me mudar, cito seu seriado favorito. Eu só queria mesmo era te agradar, era ser agradado, mas em que momento nos deixamos parecer cansados de nos doar? Em que momento invertemos os papéis e sou eu quem te escreve enquanto fica em silêncio?

Alanis canta e eu simplesmente fico pensando que nós poderíamos ter sido qualquer coisa muito melhor juntos, do que hoje somos. Nós poderíamos ser nós.

Luana Gabriela 


Do outro lado: o de dentro

Tarde de quinta-feira, ela encostada em qualquer canto, talvez esperando alguém, buscando um rosto conhecido, talvez fosse estrangeira, ou só se sentisse assim, talvez nada disso. Um belo rosto, emoldurado por cabelo curto, desregulares e negros, como hoje em dia é comum de se ver. Enquanto a observo crio teorias sobre sua espera, sobre sua vida, e não a crio como provavelmente me atrairia, a crio como se eu a criasse apenas para desejar que não exista.

Dei nome, matei o pai, dei dons, dores, tirei um grande amor. Uma vida não muito espetacular, mas nem tão comum. Não sei quanto tempo ao certo demorei para desenhar este personagem vivo e inexistente que inventei, mas quando decidir tomar um gole do café, este já estava frio. Eu não vi o tempo passar, enquanto ela parecia controlar os segundos da espera. Reparo que ela tem uma flor nas mãos, uma rosa vermelha, envolta em um papel preto. Não estranho. Imagino agora que ganhou de seu novo flerte, e que fica ali estática e ao mesmo tempo movimentada esperando a amiga para deslanchar a falar sobre o ocorrido.

Enquanto disfarço meu súbito interesse, finjo anotar algo, consulto o celular. Quando levanto os olhos novamente, lá está: ele, recebendo um beijo demorado, um abraço de saudade e uma rosa vermelha. Dessa vez estranho. Não tenho visto mulheres ganhando flores, ainda mais homens. Desconfio de que minha história não tenha o menor sentido. E já não vejo nexo em continuar imaginando quem será ela, que presenteia seu amor com rosa vermelha. Envergonho-me. Não sei se pelo fato de ter sido percebido um observador fiel do ocorrido, ou por ser homem e me imaginar invadido em minhas cenas românticas, de ter o manual de como agradar sua parceira, roubado pela própria parceira, é como ser agredido por alguém do mesmo time.

Descobri naquela tarde, que alguns homens podem gostar de ganhar flores. Que os papéis podem se inverter. Talvez seja eu quem espera encontrar o rosto conhecido de alguém na rua. Quem sabe o meu próprio, quem sabe, do outro lado, o de dentro, eu só esteja esperando alguém capaz de me presentear com flores. 


Luana Gabriela
2011

E agora?

As pessoas te amam, mas nunca do modo como você precisa ser amado.

Se o quadro é em preto e branco, colorir é disfarçar (Poléxia)

"O som que faz quando um de nós se vai" canta a banda que já acabou e eu lembro de nós, que ainda não sei se acabou. O luar de hoje mexeu comigo, sua ausência enchendo o quarto, por onde vejo o céu escuro pela janela, a mesma janela onde  tempos atrás eu te observava chegar, te jogava a chave e te esperava de braços abertos e coração disparado. Exatamente aquela coisa dos amores adolescentes.

Não me consola saber que em algum canto aqui do Sul está você, quem sabe olhando pra essa lua, quase sumida, e pensando em mim também. Talvez buscando alguma explicação, uma resposta, ou formulando ainda mais questões, meu filósofo poeta, que pensa sobre o que sente e sente que pensa demais. Não vou pedir pra não pensar, eu quero o equilíbrio, o amor racional, o amor ponderado, que essa nossa intensidade toda me cansou.

Eu queria mesmo um amor de corda bamba, mas agora eu quero andar no meio fio, que eu se eu cair não me machuco tanto, nem haverá pranto. E o cara continua cantando: " Eu não quero um outro alguém/muito menos se for/p'ra esconder o nosso bem / em um falso sorriso/ Pense muito bem/ nesse abrigo indeciso/ Outra foto no mural/ e eu fui cuidar de mim/ Fui procurar ajuda para um coração/ trincado pela culpa,/ vazando sem perdão/ Eu errei fazendo a coisa certa/ E, perdendo toda a essência/ acho até que não preciso de você/ quando preciso de você".


PS: Texto com trechos da música "Eu te amo, porra! da banda Poléxia"

Se um homem te quer...

Eu queria mesmo ficar longe dos blogs por um tempo, mas sei lá, é difícil.
Como diria a Tati Bernardi, se fosse fácil chamava acordar tarde e não ex-namorado.

"Se um homem te quer ele demonstra. Se um homem te quer ele não vai ter medo de te apresentar para os amigos. Se um homem te quer ele não vai ter receio de ir na sua casa no domingo à tarde, quando toda a sua família está reunida na sala vendo o Faustão. Se um homem te quer ele vai assistir filmes de mulherzinha. Ele vai saber a marca de absorvente que você usa. Ele vai entender que a TPM deixa as mulheres malucas. E ele vai cuidar para não te deixar mais maluca ainda. Se um homem te quer ele te ouve. E te consola. E te dá apoio. E te dá conselho. Se um homem te quer ele não vai esquecer das coisas que são importantes para você. Se um homem te quer ele vai saber que você prefere Coca a Pepsi. Se um homem te quer ele vai entender que o seu não é sim. E que às vezes você é atrapalhada e fala o que não deve. Se um homem te quer ele não vai arrumar desculpas para não te ver. Se um homem te quer ele sabe exatamente o que te magoa. Se um homem te quer não vai te magoar de propósito. Se um homem te quer vai gostar de andar de mãos dadas, corpo colado, peito encostado. Se um homem te quer ele não vai mentir, enganar ou ferir. Se um homem te quer não tem ex que atrapalhe, não tem filho do primeiro casamento que separe, não tem amigo que afaste, não tem família que não goste." Clarissa Correa


Ainda bem

Passei a manhã relembrando porres - do primeiro ao último - e os últimos carnavais que eu pulei. Mas larguei essa vida há uns 6 anos já! Só que ainda acho muito divertido tudo que passou. Meus amigos dos porres são os mesmos de hoje. Lembrei de bares que eu curtia e já estão extintos como o 92, Cine, Korova, e por aí vai.

Quando a gente beira os 25, começa a lembrar de quando tinha 15, da felicidade de fazer 18. Das loucuras que fazia sem medo algum de ser pega, e hoje, embora eu continue meio rebelde (pq é como todo mundo me chama) eu me sinto infinitamente mais centrada do que já fui um dia. Sei lá, pode ser a maturidade ou só cansaço mesmo!


De qualquer forma coisa boa é música nova da Marisa Monte (que é parte da trilha da minha vida independente da idade que eu tiver). A música "Ainda bem" é praticamente minha história. Fazia tempo que eu não me identificava com alguma música. Coisa linda!




Ainda bem - Marisa Monte 

Ainda bem
Que agora encontrei você
Eu realmente não sei
O que eu fiz pra merecer
Você

Porque ninguém
Dava nada por mim
Quem dava, eu não tava a fim
Até desacreditei
De mim

O meu coração
Já estava acostumado
Com a solidão

Quem diria que a meu lado
Você iria ficar
Você veio pra ficar
Você que me faz feliz
Você que me faz cantar
Assim

O meu coração
Já estava aposentado
Sem nenhuma ilusão
Tinha sido maltratado
Tudo se transformou
Agora você chegou
Você que me faz feliz
Você que me faz cantar
Assim

Paralisia

Sonhei com você. Não aqueles sonhos bonitos que a gente costumava ter. Mas aquele sonho que estraga qualquer véspera de feriado. Você em prantos, numa cadeira de rodas, olhando a chuva cair, soluçava enquanto me dizia: "olha só o que a gente se gostar fez". E eu me ajoelhei pra te abraçar, pra te oferecer piedade, ombro, e o resto em caquinhos do meu amor.

Veja só, o que a gente se gostar fez com a gente. Veja só quão triste é isso da gente não conseguir mais ir pra frente, caminhar, continuar, se não for com o outro nos empurrando. Veja só essa ação paralisante desse amor que é doença, mas não existe vacina pra previnir. Eu quis tanto ser tua paz, teu abrigo, aquele lugar pra onde você corre quando tudo dá errado, e sabe que ali está protegido. Eu quis tanto, e tudo. Enquanto você queria o que ainda nem sabia, não queria paixão, queria amor mesmo, de pé no chão e sofá no domingo. Eu queria também. Por que será que a gente não quis o mesmo, ao mesmo tempo? Por que será que a gente se querer não bastou?

A gente queria mais, queria tirar o outro da zona de conforto, como se amar fosse estar na linha de frente, sempre. Eu gritei, você gritou, a gente se machucou, por dentro, por fora. Veja só o que o amor faz com quem não sabe amar. E essa paralesia, e a gente sentado, olhando a chuva cair, pensando: Olha no que deu a gente se gostar. Que Deus me livre. Que Deus te livre. Que Deus nos livre de outro amor assim. Amém!


Up in my lonely room
When I'm dreaming of you
Oh what can I do
I still need you, but
I don't want you now
When I'm down and my hands are tied
I cannot reach a pen for me to draw the line
From this pain I just can't disguise
It's gonna hurt but I'll have to say goodbye
 
Dreaming of you - Adele

Mimos

Decidi reunir em um post só as minhas últimas aquisições e um carinho que minha amiga fez pra mim (a meu pedido, hehehe).


Desconsiderem a má qualidade das fotos, é do celular e a iluminação do quarto é ruim. Enfim...



Nessa primeira, minha almofada de tecido de jornal (que eu demorei meses pra encontrar =D); também o novo perfume do Boticário, Glamour Infinit e o gloss da mesma linha, cor Rose Glass.

 Aqui meu novo edredon de microfibra - ótimo para o verão - dupla face - listrado de um lado, zebra do outro - também o esmalte da Make B. Infinit, cor Lilac Cream e o kit de lápis retrátil para olhos e lápis retrátil para boca (que eu ganhei na promoção de lançamento da Make B. Infinit - você compra não sei quanto em produtos sendo um de perfumaria e ganha este kit - )


 
 Aqui metade da minha mesa de trabalho, com uma prancheta de recados LINDA! Esta foi minha amiga que fez, ela tem dons manuais, que eu nem de longe possuo - meus dons manuais se resumem a abrir vidros de conserva e trocar lâmpadas (embora sejam socialmente tidas como tarefas masculinas sou eu quem as faz aqui em casa).

 A prancheta mais de perto (hauhauha). Achei tudo uma graça, mas esses prendedores deram um charme especial.

As fotos ficariam bem melhores se tivesse sido minha amiga fotógrafa com máquina profissional que as tivesse tirado, mas cada um faz o que pode com os recursos técnicos e materiais que possui. (Eu escrevo, elas fazem artesanato e foto), o meu é bem mais fácil, hehehe.

Se eu pudesse transformava esse blog em um blog de moda, maquiagem e decoração, mas... não dá! Então me contento com este posts raros mesmo.

Eu queria dizer

Que quero comprar um corretivo amarelo! 
Que quero que o ano termine logo!
Que quero coisas novas!
Novos trabalhos, novas vontades! 
Novas prioridades!
Que penso um dia em parar de escrever em blogs!
Que quero minha festa de aniversário!

=D

O amor emagrece

Você grita, bate a porta e me pede um tempo, porque precisa pensar. Sem perceber que pensa demais, e sente pouco. Eu sei, você já me explicou mil vezes que é o que se pode chamar de trauma, como quando você aos 8 anos caiu da bicicleta bateu a cabeça na bicicleta do seu irmão e nunca mais tentou buscar seu equilíbrio neste meio de transporte. Você tentou o roller, o skate, mas nunca mais a bicicleta. Você se apaixonou, você brincou, você sufocou sentimentos, você duvidou de quem dizia te amar, e nunca mais amou, nunca mais se deixou ser amada. Triste.

Triste, porque eu poderia te oferecer meu amor com rodinhas, andar sempre a seu lado para você sentir segurança e quem sabe começar a pedalar de novo. Pode haver uns arranhões, quem sabe você fique com joelho roxo( eu prometo que quando casar sara), mas é bom exercitar o que anda tão parado em você: seu coração. Tá não vale argumentar que você tem seguido as recomendações médicas de ao menos 30 minutos de corrida por dia, eu falo desse coração para o qual você nem liga mais. Esse que você não ouve, e não sabe se é porque sua cabeça faz muito barulho ou porque ele anda falando baixo, ou tão quieto.

Não sou personal trainer, mas queria treinar você para entrar em forma, emagrecer as mágoas, suar as lágrimas que você retém, diminuir a porção semanal de brigadeiro e aumentar as palavras doces no seu dia, pequenas porções, de três em três horas. Te prescrever uma dieta líquida, uma semana só de minha saliva. A gente não precisa correr atrás do amor, mas precisa ter espaço pra que ele possa crescer dentro da gente, sem nos deixar cheios de estrias, por dentro.

Pseudos sofismas

Dói quando a dor já não dói mais.
Dá medo amar de novo.
Dá medo pensar que nunca mais vou conseguir amar de novo. 

Own Savior

?




Deus, por que me fez tão crítica?

Lembra?


You used to love me

Esparramada

Eu gosto de você espalhada pela casa. Deixando o tênis jogado na porta do banheiro, o livro no braço do sofá, o rímel em cima da cama e um recado na geladeira: "Bom dia, meu amor. Que o dia seja lindo como você dizendo que sou sua". Eu gosto de você espalhando seu cheiro pela casa, espalhando cabelos pelo chão, saliva pelo ar, seu amor pela minha vida.

Eu gosto do seu jeito despojado, de dormir de moletom velho, passar o domingo de camiseta desbotada, do palavrão que você solta durante o jogo de vídeo game, do jeito com que você diz que pra mim não precisa pedir desculpas pelo palavreado, que eu tenho que aturar. Não, eu não tenho, eu aturo porque gosto. Eu gosto desse jeito que você se permite ser comigo.

Eu gosto de você espalhada pela minha vida. Com declaração de amor nos meu livros de ficção científica, com o café às dez da noite, com a preguiça de passar as calças jeans. Eu gosto do seu jeito já tão impregnado em mim, nos meus pequenos hábitos. Na marca da pasta de dente que troquei desde que sorrateiramente você se mudou pro meu ap. Eu gosto da sua vaidade espalhada no banheiro, com cremes, três marcas de shampoo, sabonete exfoliante, e tudo o mais que você acha que precisa pra ficar bonita.

Eu gosto do seu lado rude de dizer sempre a verdade, ainda que doa e que seja em você. Eu gosto dessa força que você mostra, dessa independência que você acredita ter e que faz todo mundo - menos eu - acreditar também. Eu gosto que você goste de futebol, Fórmula 1, humor inteligente, política, e tantos outros assuntos.

Eu gosto de você quando chora porque não tem a bolacha que você queria, porque o trabalho acumula sobre sua mesa e o que você queria mesmo era me fazer de travesseiro e poder descansar. Eu gosto de você frágil, expondo seu medo de dormir sozinha e de me perder, mesmo sabendo que são só três dias de viagem e que eu volto logo. Eu gosto de você dependente dessa vida que a gente constrói cada dia um pouco, essa vida de, quem diria, um casal adulto que tem tudo pra ser feliz. Eu gosto de você porque nega essa convenção, mas deseja isso sem dizer.

Gosto de ficar olhando você escrever coisas que às vezes nem sei o quê, gosto de você tentando tirar uma nova música, de você pedindo pra eu parar um pouco de trabalhar e olhar pra você, com a minha camiseta do Strokes e o violão, cantando alguma coisa como aquela do Aerosmith. Gosto como você enrola no inglês, se atrapalha na troca dos acordes, e termina dizendo: então é mais ou menos isso. Gosto de você, mesmo que eu me atrapalhe pra dizer, pra mostrar e até pra sentir. Então, é mais ou menos isso. Gosto de você espalhada na minha vida.

Luana Gabriela da Silva

Confissão

Tirinha de Will Tirando

A futilidade me salva do tédio

Quando se trabalha muito, se quer muito descansar. Então dormir o domingo inteiro e nem tirar o pijama tem sido meu sonho de domingo ideal. Pena que nem sempre dá pra realizá-lo. O que me salva - já que não tem nenhum filme decente passando, nenhuma peça legal, nenhum show... não tem nada empolgante pra fazer- me anima fazer compras e aquele momento beleza. Hidratação no cabelo, unhas, esfoliação, massagem, maquiagem, isso me distrai.

Fiz uma lista de produtos da MAC e encomendei, vai demorar pra chegar, mas chega. Tô ansiosa esperando o lançamentod a linha Infinity do Boticário, porque a linha Efeito Brilho da Intense não me cativou. Não gosto de brilho, gosto de matte. E não sei porque MEU DEUS eu comprei 3 gloss nos últimos 60 dias!!!!

Ahhhh e estou muito cansada para continuar com meus devaneios consumistas!
Enfim...

Ah! A órbita do amor

Sabe quando você lê algo que já aconteceu com você? E o texto te transporta pra uma época longe e ao mesmo tempo tão presente na memória? Eu fui tão feliz, e tudo isso que Gabito Nunes descreve abaixo tornou meu mundo mais feliz pro resto da minha vida, eu tenho certeza. Um cara tímido, uma camiseta de banda, um cd, e aquela vontade de orbitarmos o mesmo mundo apesar de sermos tão diferentes. Apesar de acharmos que nós dois nunca daríamos certo!


Espera, eu vou contigo

Nós dois parecemos um retrato mal-falado do que nunca poderia dar certo. Assim, evito olhar direto no seu rosto pra não dar aquela vontade insana de querer uma porção de coisas contigo, mas longe daqui, em algum lugar escondido dessa gente de papos que dão engulhos. Mas você é tímido. Então fico olhando, sei lá, na barra esgarçada das suas calças de brim, seus tênis bacanas, a camiseta no seu peito. E, sabe, o pessoal todo têm me achado cabisbaixa. Tudo bem, ando mesmo um pouco diferente e absurda, hoje adoro acordar cedo em segundas-feiras, cheia de ataques cardíacos.

Até que um dia, o dia que me concentrei cinco minutos no cara de cabelo espetado colado em transfer na sua camiseta combalida, que, aposto, já foi branca. Foi o jeito que arrumei de dizer que estava interessada no seu mundo fechado, comentar que conhecia a banda de nome, mas nunca havia escutado nada além de "Boys Don't Cry" em festas obscuras. Eu sou, bem, virgem no assunto - seja cuidadoso comigo. Desculpa, mas foi o desajeito vago que arrumei pra dizer que andava a fim de você, que namorar você é minha segunda intenção. A primeira é ser feliz na sua cama de solteiro, um sábado inteiro.

Aí, percebi você estacionado na mesma estrofe que eu, aguardando dividir o microfone com alguém na hora do refrão. E eu quase não acreditei. Não disse, claro, você nasceu sem o gene da coragem, mas vai ficar tudo bem. Foi um CD-R de contracapa personalizada que dizia, com títulos sugestivos em ordem sugestiva:

1. Friday I'm Love;
2. In Between Days;
3. Car Mint;
4. Close To Me;
5. Love Song;
6. Pictures Of You;
7. Just Say Yes;
8. Let's Go To Bed;
9. Burn;
10. Just Like Heaven.

Ps. "Boys Don't Cry" deixei passar de propósito, essa música serve pra qualquer um, diferentemente de você.

Obrigada. Tentei agradecer com frases trêmulas e hesitantes de reconhecimento, as formulando e reformulando quatro ou cinco vezes, ao invés das habituais duas ou três, sempre que forçada a falar na sua frente. Obrigada. Mundos, bolsas, confissões e guarda-chuvas caem no chão, eu queria ter mãos pra segurar tudo com firmeza e não deixar nada escapar, ao menos uma vez. Obrigada. Você sorri e me parte em duas. O lado A que deseja dar tudo fácil; e o lado B, que pede pra receber alguma coisa em troca, se por acaso algo rolar. Obrigada.

- Quatro "obrigadas" já está bom. Não precisamos disso, fiz porque quis.
- Ah, desculpe.
- Então, tá.
- Tá, então.
- Tomara que você goste.
- Eu sei que vou.

(sorrisos polidos por todos os lados)

- Ok, preciso de um café quente agora. E algum doce escondido na vitrine do bar lá embaixo, sabe como é, pra recuperar minha glicose.
- Espera, eu vou contigo.
- Sem pressa. Não precisa sair correndo dessa vez.

Sabe, embora às vezes pareça, algumas pessoas - aquelas bonitas como nuvens em dia de vento solar - não são assim, tão impossíveis de tocar.

Originalmente postado em Caras como eu escrito por Gabito Nunes.

Não fala nada

Eu não sei quando foi que ouvir você dizer que me ama, ficou menos emocionante que desejar "bom dia" ao porteiro do meu prédio. Mas foi isso. Não sei dizer como, quando, só que não sinto mais o coração acelerado, sinto que o seu "eu te amo" poderia ser trocado por um "oi" de qualquer outra pessoa. Sei que é triste e que eu não deveria falar assim, mas lembre do nosso trato: sinceridade sempre. Vá lá, te chamar de amor nunca foi meu plano. Mas eu gostava de ser a sua e ponto. A sua linda, a sua doida, o seu amor. Agora eu só queria mesmo era ser minha.

Minha própria companhia no cinema, minha própria admiradora, sei lá, se possível me namorar. Discutir comigo mesma o melhor sanduíche daquele restaurante, ficar em dúvida sobre que filme assistir, imagino uma conversa animada entre o eu depois de você e eu antes de você) a gente é tão diferente. Claro que eu cresci, aprendi muito, e estou bem parecida contigo. Mas eu ainda sou eu. Que gosto de bandas adolescentes, que vou a shows de rock alternativo, que prefiro MPB, que escondo minha dupla sertaneja favorita e meu grupo de pagode também. Ainda sou eu que não gosto de Mc Donald's, de chá verde,  que não consegue usar outro tênis que não all star, ainda sou eu.

Que adoro xadrez, que amo yakissoba, que vou na casa das amigas pra compartilhar o silêncio. Que pensa por anos até decidir fazer mais uma tatuagem. Olha pra mim, essa sou eu. E essa cansou de ouvir que é amada. Se não consegue nem mesmo se saber. Não tenha dó, não dói. Acho um processo natural a gente se descobrir, redescobrir, e se afastar um pouco do nosso porto, que no meu caso é você.

Não sei se vale dizer obrigada por tudo, você é lindo. Só que agora tem todo o mundo aqui em mim e fora, mas não tem espaço pra você. Eu me ocupei de mim, eu quero continuar mergulhada em mim, descobrindo minhas cavernas, lendo meus livros, ouvindo meus cd's, tirando o pó dos meus discos.  Se você puder devolver aquele do Chico, o livro do Fabrício e aquela camisa xadrez azul de flanela, que apesar de tudo eu me gosto com teu cheiro.

Luana Gabriela da Silva

Não precisa me amar

Pensem numa música F)_(**(&*&$$%@#, que eu tenho ouvido MUITO!!!! E que diz o que você nunca tinha pensando em dizer, mas agora vive repetindo!


 Não precisa me amar - Edgar Scandurra

Quando olho para trás
E a maneira como me portei
Logo penso em você
Não precisa me amar

Quantas vezes contra mim
Na surdina dor, minha destruição
Agora eu olho pra você
Não precisa me amar

Eu gostava de você,
Mesmo com os seus pés frios,
Penso em seu coração
Não precisa me amar

Hoje tenho quem me quer
Que me aceita como eu sou
E você me fez tão mal
Não precisa me amar

Você quis separação
E eu fiz essa canção
Não precisa me amar
Se não quer o meu calor
Não te quero como um refrigerador
Não precisa me amar

Não importa se eu tomar
Vinte litros de forais de Bach
E o incrível eu nem falei
É que eu já te perdoei
Não precisa me amar
Não precisa me amar


Vermelho


Aconteceu sem muito alarde, eu simplesmente acordei pensando que era tarde. O sol deixando o céu vermelho, olhando meu reflexo um tanto ainda zonzo, desacreditando. Na sala os copos pelo chão, na cozinha o pó de café derramado, o gato tomando o leite jogado também. Eu não sei bem como foi que parei aqui, nessa bagunça toda, que você não faz questão de arrumar.

Olha só, que engraçado tudo isso, minha casa vazia, você residente de mim, e aquela bagunça que o vento do teu suspiro vem pra amenizar. Eu que já não sei bem o que fazer de mim, queria te fazer feliz. Morena, teus olhos e cabelos negros, de contraste com tua pele, escureceram na partida o sol que era você na minha vida.

O tom já não é o mesmo, o violão tem corda arrebentada, meus dedos calejados tão doídos queriam tocar teu rosto, dedilhar teu sorriso, minha boca queria harmonizar com a sua. Não dá. Hoje é quinta, mas sinto como se fosse domingo. O peso todo de uma semana corrida de trabalho, dormindo pouco, comendo menos ainda, sentindo a vida escorrendo pelos dedos vazios de você. Se achas justo que eu me perca tanto assim de mim pra te encontrar, saiba que já é tempo de trilhar teu caminho, te busco ainda só. Você também podia encontrar alguma trilha, espalhar balas de goma pela cama e a gente brincar de ser feliz. Eu que tanto já bebi, desisti do café, penso em comprar uma gata pra ser companhia do meu gato, de sozinho neste apartamento basta eu. Porque você inquilina de mim, é o tipo de vizinha que não incomoda. Que parece não estar em casa.

Desculpa essa ladainha de quem não aceita o fim, um começo torto, um sentimento avesso, uma dor em par. É que eu só queria descansar, que você me ligasse, me chamasse pro mundo, me tirasse do fundo de mim, onde estou mais uma vez, só pra te encontrar.  


As vezes eu só quero descansar
Desacreditar no espelho
Ver o sol se pôr vermelho

Acho graça
Que isso sempre foi assim
Mas você me chama pro mundo
E me faz sair do fundo de onde eu tô de novo

Vermelho- Marcelo Camelo

Luana Gabriela – participação noPostagem Coletiva de 04/08/2011

Querem acabar comigo (ou sou eu mesma?)

São nove horas da manhã de segunda-feira. Estou sentado aqui na escrivaninha, mas hoje não tenho nada a dizer. Quase nada. Ou o que teria a dizer são coisas que só interessam a mim, não a quem lê. Então, hoje vocês vão ter paciência comigo. Hoje tem sessão queixa.
Andei fazendo contas: há 13 meses escrevo aqui, uma vez por semana. São pelo menos 52 semanas, pelo menos 52 crônicas como esta. Eu acho muito. É que nem sempre consigo escrever sem sofrer um pouco. Mesmo quando até me divirto, sempre é necessário remexer um pouco mais fundo, e remexer mais fundo cansa. Ando cansado. Porque não é muito simples escrever, não é assim: você senta, põe papel na máquina e escreve. Às vezes não vem nada. Outras, vem confusamente. Só depois de escrever três ou quatro laudas, aparece uma frase – e essa frase é a coisa, o resto não interessa.


Escrevo geralmente aos domingos, ou às segundas de manhã. Mas desde a quinta ou sexta-feira começo a sofrer vagamente. Nos últimos tempos tem sido mais grave. Porque ando muito – digamos – espantado com o mundo, daquele jeito que só dá vontade de olhar para ele (às vezes nem isso), sem nenhum comentário a fazer. Escrevo lento demais, preciso de tempo para pensar, reler, reescrever. Um domingo inteiro nem sempre basta. Há 13 meses não tenho domingos – aquele dia em que os outros vão ao cinema, namoram, visitam amigos. Os outros, não eu. Eu fico em casa, escrevendo. O mais complicado é que, para escrever, é preciso ver o mundo. Aos domingos ou nos outros dias. Ir ao cinema, namorar, visitar amigos – essas coisas. Não se arrancam palavras do nada: as palavras brotam de coisas e seres viventes. Há 52 semanas, vivo muito pouco. Porque além dessa crônica, fico no mínimo seis horas diárias dentro do jornal. E jornal – quem não sabia, fique sabendo – acaba com a cabeça (e o corpo) de qualquer um.
Essa escassez de tempo está clara agora, pouco mais de nove horas da manhã de segunda-feira, na desordem absoluta sobre a escrivaninha. Pilhas de cartas não respondidas, livros que só comecei a ler e não consigo terminar (uma Susan Sontag aqui, um Edmund Wilson ali), se olhar para o lado há também pilhas de discos não ouvidos (conseguisse alguns segundos para aquele U2, aquele Raul Seixas...)  E a vida gritando nos cantos.


Os amigos se queixam: você não telefona, não aparece. Tem gente que pede release, reportagens, textos os mais diversos, apresentações para exposições, ler originais, e os que exigem coisas do tipo: você não vem ver minha peça? Como bom ascendente Libra, não sei dizer não. Digo sempre sim, depois não consigo cumprir. Cobram, cobram. Ultimamente, toda vez que o telefone toca, já sei: é alguém pedindo alguma coisa. Têm me pedido muito, ultimamente. E dado pouco. Normal: gente é assim mesmo.
Agora você me pergunta: bom, e daí? Daí que ando cansado. Hoje estou me permitindo escrever sobre este cansaço indivisível, sobre minha falta de tempo, sobre a desordem que se instaurou em minha vida. Por trás disso tudo, o mais perigoso espreita: a grande traição que estou cometendo, todo dia, comigo mesmo. Porque escrevendo assim, para sobreviver, não escrevo o que me mantém vivo – outras coisas que não estas.


O relógio avançõu. Já cheguei às minhas 50 linhas semanais. Amanhã vamos embrulhar peixe na feira. Tomo um café, acendo um cigarro. Durante um minuto, fico pensando em parar.
Parar como param os monges budistas. Parar e olhar. Só um minuto. Pronto: agora tenho que sair correndo outra vez para ganhar a vida. Ganhar ou perder? Eu sei a resposta. Mas posso cantar baixinho um velho Roberto Carlos, aquele assim: “Querem acabar comigo/ isso eu não vou deixar”. Juro que não.
O Estado de São Paulo - Caderno 2 - 1987

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O texto acima é do Caio F. Abreu. Mas, guardadas as devidas proporções porque Caio é outro nível, é bem assim que ando me sentindo. É bem assim que as coisas são. Emails pedindo: faz uam matéria sobre isso, que tal um release sobre aquilo, e muita coisa pra ler e ouvir, mas que não dá tempo. Cobrança: Vai me ver tocar? Tem visitado aquele parente? "Como você é insensível não sente saudade". E aí eu me obrigo a deixar de descansar pra vistar as pessoas, porque temos de alimentar os relacionamentos, porque é preciso estar presente. Não é reclamação é constatação. E por mim, quem faz? Quem abre mão do seu descanso pra vir me visitar, quem me liga um pouco antes de dormir só pra saber, como foi o dia? Sem que eu precise me ler pra saber como anda minha vida? Mas é isso, precisamos trabalhar pra ganhar a vida. Ceder pra não perder amigos, e fingir na hora rir, pra não desabar no ombro errado. 


Luana Gabriela 



Filhos, quero 3

Há três coisas para as quais eu nasci e para as quais eu dou a minha vida. Nasci para amar os outros, nasci para escrever, e nasci para criar meus filhos. "O amar os outros" é tão vasto que inclui até o perdão para mim mesma com o que sobra. As três coisas são tão importantes que minha vida é curta para tanto. Tenho que me apressar, o tempo urge. Não posso perder um minuto do tempo que faz minha vida . Amar os outros é a única salvação individual que conheço: ninguém estará perdido se der amor e às vezes receber amor em troca. E nasci para escrever. A palavra é meu domínio sobre o mundo. Eu tive desde a infância várias vocações que me chamavam ardentemente. Uma das vocações era escrever. E não sei por que, foi esta que eu segui. Talvez porque para outras vocações eu precisaria de um longo aprendizado, enquanto que para escrever o aprendizado é a própria vida se vivendo em nós e ao redor de nós. É que não sei estudar. E, para escrever, o único estudo é mesmo escrever. Adestrei-me desde os sete anos de idade para que um dia eu tivesse a língua em meu poder. E no entanto cada vez que eu vou escrever, é como se fosse a primeira vez. Cada livro meu é uma estréia penosa e feliz. Essa capacidade de me renovar toda à medida que o tempo passa é o que eu chamo de viver e escrever. Quanto aos meus filhos, o nascimento deles não foi casual. Eu quis ser mãe. Meus dois filhos foram gerados voluntariamente. Os dois meninos estão aqui, ao meu lado. Eu me orgulho deles, eu me renovo neles, eu acompanho seus sofrimentos e angústias, eu lhes dou o que é possível dar. Se eu não fosse mãe, seria sozinha no mundo. Mas tenho uma descendência, e para eles no futuro eu preparo meu nome dia a dia. Sei que um dia abrirão as asas para o vôo necessário, e eu ficarei sozinha: É fatal, porque a gente não cria os filhos para a gente, nós os criamos para eles mesmos. Quando eu ficar sozinha, estarei seguindo o destino de todas as mulheres. Sempre me restará amar. Escrever é alguma coisa extremamente forte mas que pode me trair e me abandonar: posso um dia sentir que já escrevi o que é meu lote neste mundo e que eu devo aprender também a parar. Em escrever eu não tenho nenhuma garantia. Ao passo que amar eu posso até a hora de morrer. Amar não acaba. É como se o mundo estivesse a minha espera. E eu vou ao encontro do que me espera.

Clarice Lispector

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Estou lendo o Clarice de Cabeceira - edição de crônicas. Essa aí de cima é uma delas, chamada As três experiências e apontada por Lygia Fagundes Telles a mais significativa de Clarice na vida dela. Eu li e me vi em cada parágrafo. Porque escrever é amar, mesmo que seja só a si mesmo ou a palavra. Quem não sabe amar, também não sabe escrever, não com tudo que se precisa para dizer: sou escritor. Ter filho é o amor mais sublime que pode existir aqui na Terra, e eu tenho um medo GIGANTE disso, embora eu também deseje muito os meus dois meninos - não sei bem o que faria se fossem meninas, ou se nem vierem. Ser mãe é a tarefa mais difícil que Deus deixou ao homem, amar como Ele ama, corrigindo, ensinando, disciplinando e aceitando acima de QUALQUER coisa! Depois de uma certa idade tudo que a gente faz é pensando nos nossos filhos, mesmo que eles ainda não tenham nascido.

Coffee and love

Post original do AMOR DE PAPELÃO

Mentira

Segue abaixo uma lista de mentiras clássicas. Formulada por Gabito Nunes do CARAS COMO EU . Qual delas você já disse? Qual delas você já ouviu?


Não consigo me envolver. Acabei de sair de um longo relacionamento.
Eu sou diferente.
Estou confusa, não sei mais o que sinto.
Preciso de um tempo pra pensar.
Você não está gorda.
Nunca traí você, juro.
Eu jamais faria uma coisa dessas, o que você pensa que eu sou?
Você merece alguém melhor do que eu.
Nós somos felizes.
Tamanho não é documento.
As Top Models são muito magras.
Não me sinto preparada pra assumir um relacionamento agora.
O problema sou eu.
Fica tranquila, não contarei a ninguém sobre o que rolou aqui.
Te ligo na semana.
Temos objetivos diferentes.
Eu comi ela.
Não olho pra outras.
Não quero te fazer sofrer.
Beleza não importa.
Pode confiar em mim.
Nunca gostei tanto de outra pessoa.
Você é linda.
Preciso me encontrar primeiro, não estou pronto.

Adoro dormir abraçadinho.
Você é a pessoa certa na hora errada.
Vou terminar com ela amanhã mesmo.
Eu ainda te amo.
Eu também te amo.

Tempo

Para sempre é hoje.

Luana Gabriela
22/07/2011

Roger me entenderia

"Eu não tenho nada pra dizer
Também não tenho mais o que fazer
Só pra garantir esse refrão
Eu vou enfiar um palavrão"



hahahahahahaha andaram me criticando porque falei um palavrão. "Gente como eu não fala palavrão". Que tipo de gente eu sou? Protestante, mas não hipócrita! 
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