Perfume

O perfume dele não é um perfume, é uma tatuagem aromática que não sai mais da minha pele. 


Luana Gabriela
07/06/2010

Perfume

O perfume dele não é um perfume, é uma tatuagem aromática que não sai mais da minha pele. 


Luana Gabriela
07/06/2010

Confesso II

Detesto o que você me faz.
Faz com que me sinta responsável pela alegria e pela tristeza de alguém.
É injusto.
Não sou responsável nem mesmo pelo meu estado de humor.

Minha escrita e meu amor

Não me escondo na literatura. Me escondo no silêncio das páginas em branco. Não me refugio nas letras, meu refúgio é a música instrumental que não compus. Eu me revelo nas linhas tortas da sulfite outrora branca, não tenho um caderno de notas, tenho folhas preenchidas e brancas espalhadas pela casa, pelas agendas, pelas bolsas.

Não procuro mudar nada com o que escrevo, tal como Clarice, mas escrever muda-me por dentro. "O que não escrevo me mata", já afirmou Carpinejar. Escrever é mesmo um dom que liberta e aprisiona, assim como o dom de amar.

Escrevo mesmo que não seja lida, amo mesmo sem a recíproca. Embora como disse Carpinejar a literatura nasça no instante em que será lida e eu creia no amor verdadeiro só com recíproca. Mas é preciso honrar os dons, então escrevo e amo. Porque mesmo que doa-me a mão, os punhos e o coração, continuo. Há muitas páginas a serem preenchidas, há muitas melodias sem versos, há muita gente para ser amada. 

Escrever vez ou outra me dói. Amar, também. Mas que pode senão uma criatura poética, escrever, fingir, amar?

É que desconfio que em minhas veias não corre sangue e sim letras. Então, doou um pouco para que outros tenham vida e sangro minhas feridas.

Luana Gabriela
07/06/2010
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