Café com Leite

Não é justo que retornes a mim tão disposto quanto eu estive há dois anos atrás. Não é justo que me chegues, invada meus dias cinzas, que tua luz ilumine meu rosto vermelho, que teu toque em minhas mãos faça meu coração adormecido, despertar. Não é justo que chegues para me fazer desdizer tudo que há tempos venho dizendo. Não é justo que agora me invadas com sonhos, ilusões e sede de viver o presente. Eu que tenho amado esta realidade fria da vida sem amor, eu que não acho que valha a pena “sonhar pra viver num segundo e depois acordar”, eu que desconfio que não haja vida no próximo segundo.

Mas é isso que me fazes. Viver o sonho de um amor que pode dar certo, embora eu saiba que é errado. Entendes? Faz com que eu sinta vontade de acreditar de volta nas ilusões de uma vida toda que eu havia deixado pra trás. Faz com que eu sonhe em passar uma tarde de domingo no refúgio do teu colo, fazer de teu ombro meu travesseiro, e lá fora esquecer que qualquer coisa existe além de nós dois.

É isso que me fazes. Ao mesmo tempo em que me instiga a deixar todo medo de lado. Ao mesmo tempo que me chama a viver mais, a misturar nossos mundos, apesar de acharmos que isso não é necessário. E me perturbas, porque fico a pensar qual a melhor maneira de te amar. Queria eu alguém que completasse minha vida, que estivesse comigo em tudo, que me fosse o pra sempre. E você me chega com essa proposta de viver um dia por vez, com essa ideia que eu sempre defendi eu - eu, você - você e nós dois, coisas separadas.

É isso que me faz: querer me esconder em ti. Correr das atividades da semana, me refugiando em teu abraço. Combater o frio deste inverno com o calor de tuas mãos nas minhas. Com teu olhar, me lendo, me olhando ler. É isso que me faz quero me esconder na possibilidade do teu amor pra sempre, hoje.

Me leva embora daqui. Pode ser Paris, Montreal, ou tua casa mesmo. Tanto faz. Só quero viver onde o passado não exista e o futuro não chega. Teu abraço é meu lugar de descanso. Estou exausta. Quero me esconder em ti. E deixar a vida me procurando depois de contar até 10. Quero ser café com leite nessa confusão entre amor e fé. Não é justo um estar tão separado do outro, dentro de mim.

Luana Gabriela
27/06/2010

Silêncio!

Não sabia diferenciar, sem que houvesse dúvidas, amor de amizade. E talvez fosse por isso que já namorou bons amigos e tenha bons amigos que são ex-namorados. Não sabia precisar quando nascia uma amizade, especialmente entre duas pessoas tão diferentes. Sabia menos ainda quando ela estava transformando-se potencialmente em amor. Era pelas mãos que procuravam se tocar? Era pelas palavras bonitas que brotavam ao pensar um no outro? Era pelo tempo que passava devagar se estavam longe, e rápido quando estavam perto? Era pelos corações apertados de saudade? Não sabia. Não sabiam ambos. Que dizer diante da dor que passou? Que se pode dizer que faça entender sobre a morte? Que se há de aconselhar, pensar, fazer, ao ver o amor nascer?

Silêncio. Paz.

Luana Gabriela

23/06/2010

Medo, era medo de errar

"Não suportamos mesmo aquilo ou aqueles que poderiam nos tornar mais felizes e menos sós? Não, não suportamos essa doçura.
Cheio de carinho, remexeu no doce, sem empurrar o prato. Preferia a fome: só isso. Pelo longo vício da própria fome — e seria um erro, porque saciar a fome poderia trazer, digamos, mais conforto? — ou de pura preguiça de ter que reformular-se inteiro para enfrentar o que chamam de amor...
Ainda pensou: gosto tanto de você, baby. "

Caio F. Abreu

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De tudo que sinto hoje, o único sentimento que consigo definir é : medo.

Como o Sol

Que coisa bonita isso que ele me faz. Eu fui abrindo frestas da cortina, o brilho do sol iluminando a escuridão que aqui dentro tinha se tornado. Depois de abrir as cortinas eu quis mais, e abri uma fresta da janela. E é por esse pequeno espaço que passa um vento confortante, que acaricia meu rosto, como o leve toque dos dedos dele.

Eu fico sentada, com os braços descansando sobre o parapeito da janela, esperando o momento do dia em que o sol se vira para o meu lado, o momento em que aquele raio de sol entra pela cortina e pela janela, pouco abertas, e esquenta o meu frio coração, e me enrubrece a face, e me faz fechar os olhos para minha realidade incômoda. Enquanto fecho os olhos e penso nele e em mim, o mundo fica colorido outra vez. Mas às vezes eu ainda sinto vontade de chorar e quando eu não aguento segurar, ele vem e faz a lágrima que foge dos meus olhos, secar. E depois ele vai embora e deixa a noite chegar, de novo.

Eu queria um dia poder prender um pouco só desse sol dentro de mim, um pouco só para que mesmo quando ele se põe, ele continue brilhando aqui dentro. E que em mim nunca mais fosse escuridão. Como será que faz?

Um dia vou te pedir para ficar aqui pra sempre, meu raio de sol. Vou abrir de vez as cortinas e as janelas dessa casa abandonada que sou eu, e vais habitar minha vida, esquentar meu coração, me trazer de novo à vida. Vais alimentar com tua luz  a semente de amor que você plantou em mim.

Luana Gabriela

16/06/2010

Toque a sua sinfonia

Se as pessoas são como músicas eu sou um rock progressivo.

Longo, complexo, cheio de acordes invertidos,

que pouca gente gosta e menos gente ainda sabe tocar.

Luana Gabriela

2010

Toque a sua sinfonia

Se as pessoas são como músicas eu sou um rock progressivo.

Longo, complexo, cheio de acordes invertidos,

que pouca gente gosta e menos gente ainda sabe tocar.

Luana Gabriela

2010

Me diz...

  

É possível que a gente invente um amor e depois ele reinvente a gente?

Luana Gabriela

11/06/2010

On: Twitter

Me diz...

  

É possível que a gente invente um amor e depois ele reinvente a gente?

Luana Gabriela

11/06/2010

On: Twitter

Comigo

Fica. Porque já não posso suportar tua ausência. Fica, te peço. Te sussurro e espero que me ouças, estás tão perto. Fica, ainda que seja dentro. Ainda que sejas inteiro colocado em meu peito, e meu lado esteja vazio. Fica. Porque te quero chamar de meu, de lindo. Fica porque te quero. E não há complementos para essa frase. Para esta oração. Te peço, fica porque me enches a vida de sorrisos, porque até os dias cinzas ficam mais bonitos, quando não vais. Quando você simplesmente fica. Olha, eu te confesso, que ando mesmo um pouco cheia desse vazio que me preenche, que te busco com a ideia de não ser mais só, de sermos a gente, não vai. Mesmo que seja por pouco tempo, não tão longe, “é que nosso amor é novo". Fica porque tenho músicas para te cantar, versos para declamar, fica. Te prometo fazer menos dramas, ligar mais, escrever só pra você. Fica ainda que eu não te ame,e não me ames também. Sejas minha companhia. Fica aqui, e eu coloco a mão no peito, esquentando o coração. Porque quero ficar aí, em ti. Fica, mesmo que seja em silêncio, só para o café. Senta um pouco, me conta do seu dia. Fica. Porque já me perdi no teu olhar, porque sua voz me guia, porque neste quase inverno é em teu braço que me aqueço, fica porque meu coração vai congelar nessa distância toda que nos impomos. Meu Deus como pude viver tanto tempo sem você? E mesmo que eu nunca te diga , nunca te peça assim em alto e bom som, com letras garrafais, mesmo que seja só pelo meu sorriso meio sem graça, pela lágrima que não cai, mas que alaga meus olhos, por esta voz minha que se cala, de medo de te dizer, de te pedir, mesmo que seja pela minha mão inquieta sobre tua jaqueta, teu ombro, mesmo que seja pela minha cabeça baixa, mais deitada para a esquerda, mesmo que eu te peça sem nenhuma palavra, Fica e me traz a paz do teu existir. Em mim e para mim.

Luana Gabriela

10/06/2010

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Brisas Leves em Vento com Som de Riso

Assuntos

Sabia falar sobre futebol, política, economia, moda, 

beleza, fórmula 1, código html, literatura, história e música.

Mas gostava mesmo era de falar de amor.

Luana Gabriela

09/06/2010

Assuntos

Sabia falar sobre futebol, política, economia, moda, 

beleza, fórmula 1, código html, literatura, história e música.

Mas gostava mesmo era de falar de amor.

Luana Gabriela

09/06/2010

Perfume

O perfume dele não é um perfume, é uma tatuagem aromática que não sai mais da minha pele. 

Luana Gabriela

07/06/2010

Perfume

O perfume dele não é um perfume, é uma tatuagem aromática que não sai mais da minha pele. 

Luana Gabriela

07/06/2010

Confesso II

Detesto o que você me faz.
Faz com que me sinta responsável pela alegria e pela tristeza de alguém.
É injusto.
Não sou responsável nem mesmo pelo meu estado de humor.

Minha escrita e meu amor

Não me escondo na literatura. Me escondo no silêncio das páginas em branco. Não me refugio nas letras, meu refúgio é a música instrumental que não compus. Eu me revelo nas linhas tortas da sulfite outrora branca, não tenho um caderno de notas, tenho folhas preenchidas e brancas espalhadas pela casa, pelas agendas, pelas bolsas.

Não procuro mudar nada com o que escrevo, tal como Clarice, mas escrever muda-me por dentro. "O que não escrevo me mata", já afirmou Carpinejar. Escrever é mesmo um dom que liberta e aprisiona, assim como o dom de amar.

Escrevo mesmo que não seja lida, amo mesmo sem a recíproca. Embora como disse Carpinejar a literatura nasça no instante em que será lida e eu creia no amor verdadeiro só com recíproca. Mas é preciso honrar os dons, então escrevo e amo. Porque mesmo que doa-me a mão, os punhos e o coração, continuo. Há muitas páginas a serem preenchidas, há muitas melodias sem versos, há muita gente para ser amada. 

Escrever vez ou outra me dói. Amar, também. Mas que pode senão uma criatura poética, escrever, fingir, amar?

É que desconfio que em minhas veias não corre sangue e sim letras. Então, doou um pouco para que outros tenham vida e sangro minhas feridas.

Luana Gabriela

07/06/2010

Palavras, apenas

Tinha como certo o fato das palavras lhe seduzirem. Tinha em livros sua companhia mais fiel, o flerte fatal com aquele que nunca te deixa e não reclama se é deixado. Tudo e nada, prazer e solidão, jogos de palavras complexos, contrários e ligados ao mesmo tempo. Como se ele soubesse que o olhar já não falava tanto, foi preciso escrever e ponto. As aspas são piscadelas, as citações cantadas clichês, a inteligência afrodisíaca, assim como o pensamento próprio.

Ele lê muito, fala e não faz. Como se soubesse que lê-la fosse o suficiente e falar-lhe contos e poemas à distância, bastasse. Não sabiam, embora muito soubessem sobre leitura, escrita e gramática, como iniciar um novo parágrafo naquela relação.

Não sabem colocar os pontos, ficando como um dos textos de Garcia Marquez. Sem ponto, cheio de informações, quase não entendível, mas que alguns consideram genial. Talvez não entender seja genial. Talvez fugir às regras gramaticais e sociais, e nunca pontuar, nomear, seja genial. E saber apenas virar as páginas sem ponto final

Luana Gabriela

20/03/2010

Sexo verbal

Não faz meu estilo

Palavras são erros

E os erros são seus...

Não quero lembrar

Que eu erro também..

Confesso

Meu coração é pequeno.

Mas está cheio de amor.

Luana Gabriela

01/06/2010

Confesso

Meu coração é pequeno.

Mas está cheio de amor.

Luana Gabriela

01/06/2010