Depois de ter vivido o óbvio utópico (...)e de ter brincado sobre a sinceridade e dizer quase tudo quanto fosse natural - LH

Eu cheguei e você não estava. Você não está em nenhum lugar. Não minto, mas também não digo toda a verdade. Há verdade não revelada, velada, (in) verdade. A verdade de dentro. Em todo e qualquer canto há verdade ainda que seja a verdade da mentira. Fui sua mentira, você era minha verdade absoluta. Ainda que não real, ainda. O inverno está a caminho, aqui dentro já chegou. Sempre está frio e chove. Em alguns dias a temperatura sobe, há carinhos que aquecem um pouco o coração, mas não são nem tão quentes e nem tão duradouros a ponto de derreter a grande pedra no peito. Minha grande pedra. E chamo-a assim porque já a sinto como parte de mim. Não haverá como abrir mão. Já não espero dias ensolarados, quem me conhece sabe que sempre preferi os dias cinza. Você não me conhece. Acredite em mim, eu me refiro diretamente a você agora, acredite, eu estou bem. Não guardei nenhuma culpa, deixo todas com você. Não guardei nenhuma mentira, mas ainda tenho muitas verdades a te dizer. Um dia, quem sabe. Surge pelo destino alguma oportunidade. E então eu te olho, você me olha e talvez não seja preciso nada dizer. Já não desejo que este dia chegue, já não desejo nada na verdade. Porque desejar é verbo ausente em meu dicionário, sonhar também, amar também. Verbos estão ausentes. Porque indicam ação e tudo aqui dentro é sem movimento, fluxo interrompido de informações. Falta alguma coisa e eu não sei o que. Mas também falta que eu queira saber. E saber de ti faz falta, mas não chega a doer. Não te contar as novidades, os problemas, não derramar sobre ti meu desajeitado modo de amar, faz falta, mas não chega a doer. Você sempre esteve em meu coração. Hoje não tenho mais coração. Te contei ... me conta também. A soma poder dar um. Pode dar três. Você sempre soube da minha deficiência aritmética. Hoje sou feita de nada. Nem verbos, nem contas. Sou só uma falta. Uma falta que não sei de quê. Eu cheguei em fim, aonde não sei. Sei só que você não estava, mas não faz mais falta.



Luana Gabriela da Silva
30/04/2010


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Meu blog 500g de Cultura foi indicado ao prêmio TopBlog 2010. Conheça o 500g e se gostar, vote!

Pois entre os meus braços nada pode te ferir - Selfdefense


E nessa tarde fria e chuvosa eu só queria fazer do teu braço direito meu travesseiro e do esquerdo meu cobertor. 


Luana Gabriela
28/04/2010

Miguel Sanches Neto fala sobre literatura e escrita

De onde você é? O que você faz? Não são perguntas tão simples de serem respondidas. Não para alguém como Miguel Sanches Neto, que nasceu em um lugar e sente-se parte de outro e que tem mais de uma "profissão". Esta e outras questões foram abordadas por ele no texto Um Igual , publicado do jornal Gazeta do Povo. Já que estas perguntas são complexas e de difícil resposta, ele responde outras sobre o que mais entende literatura. Em entrevista concedida por email Sanches Neto, que lançou este ano o polêmico Chá das Cinco e no segundo semestre lança o livro de contos Então você quer ser escritor?, fala sobre a literatura nacional e regional, sobre a função da arte e dá dicas para quem deseja ser escritor.
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Em seu texto, Um igual, publicado na Gazeta do Povo (30/03/2010) você lembra que Carlos Drummond de Andrade era funcionário público e escritor. Vem de longa data a necessidade que os escritores têm de se virar em outra profissão, a palavra não alimenta? Foi assim com você também?

Não temos um mercado para a literatura nacional. Nossa literatura moderna optou por romper com o público, fazendo uma literatura para contentar os críticos universitários. Nossa literatura anterior ao modernismo não contava com uma população alfabetizada. Então, desde sempre houve necessidade de ter um emprego. Eu acho isso bom, pois permite que o escritor viva dentro de situações sociais reais.


No mesmo texto você expressa: ... continuo acreditando na arte como deslocamento, como desconforto pessoal e coletivo. A arte não pode afagar feridas e egos, ela tem de cutucar machucados e incomodar o amor próprio?
A função da arte não é entorpecer o fruidor, mas mexer com ele, levá-lo a ser um inconformado. Ela causa dor. Mas também causa prazer. Um prazer doloroso, poderíamos dizer.


Você já escreveu crônicas, contos, romance. Com qual estilo se identifica mais ao escrever, e por quê?
Com o romance, pois é nele que cabem todos os outros gêneros. Ele permite ao escritor uma variação muito grande de recursos. Podemos dizer mais nele.


Na estante de quem quer escrever quais títulos e quais autores não podem faltar?
Os títulos dos autores que fazem parte da sua família espiritual. Primeiro, você tem que saber a qual família você pertence. Descobrindo isso, tem que buscar os grandes desta linhagem. Então, a lista de livros essenciais varia de pessoa para pessoa, e a minha só serve para mim.


Você certa vez afirmou que só existe autor se existir público. Diante dessa afirmativa cria-se o quadro: É preciso publicar um livro para aí ser escritor? E mais, hoje, com a internet, a popularização dos blog´s, muita gente escreve e é lida é o suficiente para ser literatura e caracterizar o blogueiro como autor?
Claro, não importa o meio em que se é lido, o importante é ser lido. Agora, eu acredito que no meio papel há uma leitura mais densa. Mais material. Então, a gente se sente mais autor quando publica um livro. Mas é apenas uma impressão.




Quais considerações pode fazer sobre a literatura paranaense contemporânea? Há alguém despontando no mercado editorial que mereça destaque?
A literatura paranaense é quase toda ela uma literatura curitibana. Hoje, não acompanho mais os lançamentos, então não posso fazer apostas com o mínimo de segurança. Dos que acompanho, eu apostaria no Rogério Pereira e no Pellanda, que começam uma trajetória como autores.




Você é professor de literatura. Assim com inicial minúscula como você fez questão de escrever no texto já mencionado. Em todos estes anos de sala de aula, qual o maior erro que percebeu nos alunos da área literária?
Querem ser professores de literatura e não lêem literatura, apenas textos teóricos. Querem saber escrever e só lêem traduções e textos mal escritos.


O que está lendo agora?
Acabei de ler A morte de Matusalém, contos de Isaac Bashevis Singer. Este escritor judeu fala do conflito entre o mundo religioso e o material, entre a crença e o vale-tudo do materialismo, e seus contos, neste livro, tratam sobre a traição – conjugal, histórica, étnica, mística. E são escritos por um grande fabulador, talvez o mais importante narrador do ocidente no século XX. E nos re-ensina a contar histórias. Li praticamente todos os livros dele.


Para este ano há algum lançamento seu previsto?
Acabei de lançar o romance Chá das cinco com o vampiro (pela Objetiva) e lanço em agosto um volume de contos (Então você quer ser escritor?) pela Record. É neste livro que estou trabalhando agora.


Para quem deseja se lançar no mercado editorial, quais são as suas dicas?
Desenvolver outros trabalhos editoriais paralelos à escrita criativa. Fazer crítica para jornais e blogs, organizar volumes temáticos, fazer tradução, ou seja, ter uma vida editorial antes de ter livros para oferecer aos editores. Fazer-se minimamente conhecido.

Do you believe yet?

Eu acho engraçado o modo como você ainda acredita no amor.
Eu acho triste você ter aparecido justo quando eu deixei de acreditar. 


Luana Gabriela
abril 2010

Do you believe yet?

Eu acho engraçado o modo como você ainda acredita no amor.
Eu acho triste você ter aparecido justo quando eu deixei de acreditar. 


Luana Gabriela
abril 2010

Posso ouvir o vento passar.. LH

É que já não sei rimar. Quando ele me deixou sorrindo e chorando, aquela mistura inédita de sensações me calou. Por dentro e por fora. Aqui no peito bate o coração bem lento, mudo, não faz mais ouvir a sua voz. Quando o coração emudece, definitivamente a razão grita, às vezes só sussura, mas faz um barulho gigante aqui dentro.  Porque o que fala é tão vivo que dói, e mata. E mesmo que tape (eu e você) os ouvidos aquela razão - verdade aprendida - ecoa e quando nos olhamos os alarmes piscam - Perigo! E baixamos os olhos, e continuamos a andar. Lá fora o vento sopra, mas estamos ambos protegidos, guardados, aquecidos, apesar do frio dentro de nós. Porque aqui, você aponta pro peito e diz, aqui o vento não entra mais. E eu completo: Daqui, aponto para nossos corações, o vento não leva nada. Você repete: Nada. E concluo que não há mesmo o que levar. Que dois vazios não se preenchem, muito menos se transbordam. 
Luana Gabriela
27/04/2010


 Trilha:E como será?
O vento vai dizer
lento o que virá,
e se chover demais,
a gente vai saber,
claro de um trovão,
se alguém depois
sorrir em paz.

Los Hermanos

So easy


Me dê mais amor do que eu já tive,

Faça tudo ficar melhor quando eu estiver me sentindo triste,

Diga-me que sou especial até mesmo quando eu sei que não sou.


Faça-me sentir bem quando estou machucado demais,

Raramente ficando chateadao

Eu estou tão contente que te encontrei.

Eu amo estar perto de você.


Você torna isso fácil,

Tão fácil quanto 1, 2, 1, 2, 3, 4.


Há apenas uma coisa,

A fazer, três palavras,

Para você.

Eu te amo (eu te amo)

Há apenas uma maneira,

De dizer aquelas três palavras

É isso que vou fazer.

Eu te amo (eu te amo)


Me dê mais amor desde o início,

Recomponha-me quando eu estiver desmoronando,

Conte-me coisas que você jamais contou aos seus amigos mais próximos.


Faça-me sentir bem quando estou machucado demais,

O melhor que já tive,

Eu estou tão contente que te encontrei.

Eu amo estar perto de você.


Você faz isso fácil,

Tão fácil quanto 1, 2, 1, 2, 3, 4.


Há apenas uma coisa,

A fazer, três palavras,

Para você.

Eu te amo (eu te amo)

Há apenas uma maneira,

De dizer aquelas três palavras

É isso que vou fazer.

Eu te amo (eu te amo)


Eu te amo (eu te amo)


Você faz isso fácil,

Tão fácil quanto 1, 2, 1, 2, 3, 4.

Há apenas uma coisa,

A fazer, três palavras,

Para você.

Eu te amo (eu te amo)

Há apenas uma maneira,

De dizer aquelas três palavras

É isso que vou fazer.

Eu te amo (eu te amo)


Eu te amo (eu te amo)

Um, dois, três, quatro.

Eu te amo (eu te amo)  

Trilha: 1, 2, 3, 4 - Plain White T's

Para o meu primeiro amor.

Meu amor,

Te escrevo. Quase dez anos depois da primeira vez que te escrevi. Você diz que ainda tem guardadas as minhas cartas, que as lê, vezenquando. Diz que nunca entendeu o porque eu não te quis. E era eu que achava que você não me queria. Te descrevi os meus motivos, que na época – éramos tão novos, doze, treze anos- pareciam fortes. Talvez a gente olhe hoje e não considere assim.

Esta semana que passou andei sonhando contigo. Ao atravessar a rua, pensei ter te visto, era alguém tão parecido. Fico me perguntando porque sua presença é tão viva em minha mente. Quanto tempo faz que não nos falamos? Um ano, quem sabe dois? E foi tão difícil recusar os teus carinhos, recusar o amor que poderíamos ter vivido.

Tua pele tão morena, teus olhos verdes, teus dentes perfeitos, brancos, sua voz, gritando no meu portão, “Te amo”. Ai amor, que saudade daquele tempo, em que amava tão aberto, tão lindo. Te parava na escada, te dizia – que lindo. Declarava meu amor. Que saudade daquele tempo, que depois de teus gols homenagem eu recebia. Que saudade dos teus gritos de incentivo para que eu então fizesse os meus. Que vontade de discutir contigo, de sermos o casal clássico Corinthians X Palmeiras, em plena capital paranaense. Que saudade de ter você. De ter aquele amor.

Nunca mais amei assim. Você casou-se e sei que foi melhor para mim e pra você. Teu filho tem teus olhos, teu sorriso. Você tem me visto, eu não te vi nunca mais. Às vezes te sinto em meio à multidão me olhando. Você diz que sempre chama meu nome, e eu que não te atendo. Talvez porque não reconheça tua voz depois de tanto tempo. E você ainda me chama de amor, meu amor?

Dizem que o primeiro amor a gente nunca esquece. Eu ouso dizer que nunca deixei de sentir.


Luana Gabriela
29/01/2010

Até...

chego a jurar que não é por mal que te amo. 

Luana Gabriela
Abril 2010

Até...

chego a jurar que não é por mal que te amo. 

Luana Gabriela
Abril 2010

Preciso poder ser impreciso - J.V.


Foi num dia assim de muita chuva que você disse o que eu esperei anos pra ouvir. Eu escutei mas não processei uma informação. Ao fundo, nas parades do bar alguns utensílios antigos, como era agora o meu amor por você. Enfeitando a parede da nossa amizade. Era assim, até tocar: Preciso poder contar com você/ter outras eternidades ao seu lado/e me divertir com os caprichos da nossa vontade/Preciso poder explodir nosso big bang/sempre que for necessário um novo começo/ou até mesmo pelo prazer da novidade/Poder te olhar e já entender/sem ser preciso desdizer/nem dizer toda verdade Poder errar e não me esconder/não ter que ter nenhum poder/e poder não ter/Será querer demais ?/Será pedir demais ?/Será poder demais ?/Preciso poder gritar com você/e preservar o respeito em potes transparentes/etiquetados com o prazo de validade/Preciso poder me satisfazer/por estar por perto, mesmo afastado/e confiar, na certeza da cumplicidade/Preciso poder ser impreciso.. e eu não sei como consegui ouvir tudo atéo final. Como não desabei a chorar lembrando de tudo que você me fez passar. Por quanto eu estive te esperando no ponto de ônibus, na frente do meu condomínio, na loja de instrumentos, na frente de um lugar qualquer onde iríamos nos encontrar, pra nos encontrarmos como um, pra encontrar um nós resultado de uma junção minha e sua. E eu jurava que jamais resistiria, e eu me conheço bem. Não resisti. É   que você sabe do meu fraco nos dias de chuva, do meu fraco diante do teu abraço que desce ajustado, Carpinejar bem escreveu – trocou um amor novo pelo velho, o abraço descia ajustado. E como não trocar a insegurança do futuro de alguém que agora mora longe, pela segurança dos teus olhos me acompanhando ao atravessar a rua? E como não querer estar de novo com você, amanhã, e depois, e depois e pra sempre.Ainda que sua noção de sempre seja menor que a minha. E eu te respondi naquele  cenário que não posso, não posso, não posso, não podemos mais. Só o tempo pode, só o amor. E este dois nos arrebataram, e vamos descobrir se com o tempo o amor vai ou ele vem.



PS* Que seja doce.



Luana Gabriela

23/04/2010

Ateliê do Ócio - uma ideia inédita no Brasil

Qual espaço você tem em sua agenda para fazer nada? Quantas vezes já ouvir falar em ócio criativo? Já experimentou ficar sem fazer nada, mas pensando muito, e fazer disso um lazer? Esta é a proposta do Ateliê do Ócio. O criador Tom Lisboa, Mestre em Comunicação pela Universidade Tuiuti do Paraná, conta como surgiu a ideia de desenvolver o espaço que é inédito no Brasil. 

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Como surgiu a ideia de abrir o espaço  Ateliê do Ócio?
 Eu percebi que bibliografia disponível sobre o ócio e o tempo livre era extensa, autores acabaram se consagrando por teorizar a importância de uma educação continuada para o tempo livre (como é o caso de Domenico De Masi), mas em nenhum destes livros eu encontrei um modelo prático a ser seguido. Para preencher esta lacuna, eu criei a Drops Cultural, uma empresa voltada para o Treinamento para o Tempo Livre. Entre as várias atividades disponíveis (como idealizar e montar exposições, assessoria cultural para executivos e organizar eventos) está o Ateliê do Ócio.

Claro que havia vários enfoques possíveis quando  pensei em idealizar uma empresa que “treinasse alguém para o tempo livre”. Acabei optando pelo treinamento através da arte e do aprimoramento cultural. Por ser artista visual com especialização em marketing e mestrado em comunicação, consigo ver claramente como a arte e o universo de criação dos artistas podem renovar a rotina e estimular a capacidade imaginativa das pessoas. Em uma época em que a inovação e a criatividade são atributos cada vez mais valorizados no mercado (e na própria vida), o ser humano precisa estreitar sua ligação com a arte.

Qual a proposta do Ateliê do Ócio?
O Ateliê do Ócio é um espaço onde aprendemos disciplinas que deveriam ser tão importantes quanto a que aprendemos na escola ou na universidade, tais como aprender a ver um bom filme, escutar músicas menos comerciais e entender arte contemporânea. Atualmente, há quem erroneamente julgue estes atributos como uma espécie de elitismo. Se for este o caso, eu sou a favor do lema “elitismo para todos”.  Conhecimento é um direito ao qual o ser humano tem direito e evoluir a partir dele faz parte de seu crescimento.

Há quanto tempo este evento acontece, e com que frequência?
A Drops Cultural foi lançada em 2005, mas era voltada apenas para conceber e montar exposições e organizar eventos culturais. Foi nesta época que eu idealizei o Ateliê do Ócio. Durante quatro anos, eu me dediquei a preparar seu conteúdo, montar aulas, gravar e editar material audiovisual para ser exibido e selecionar textos para leitura. O primeiro Ateliê foi feito ano passado, na Livrarias Curitiba. Atualmente, ele está sendo implantado em empresas (o SESI é um dos clientes), visando estimular a criatividade, eliminar os efeitos negativos da rotina, criar novas relações no ambiente de trabalho e melhorar a qualidade de vida das pessoas.

Qual a dinâmica das reuniões?
As reuniões são todas planejadas, mas não há um formato fixo. O conteúdo é sempre sobre cinema, artes visuais, literatura, música, moda ou design. Não tenho como hábito divulgar o que vai ser apresentado. Acho bom estimular o gosto pela experimentação antes do(a) aluno(a) chegar no local. Em cada encontro eu ministro pequenas palestras, apresento filmes, exibo documentários, distribuo textos e, a partir disto, estimulo muito a reflexão do grupo e oriento os debates.
Outra parte obrigatória é a Agenda Cultural, que traz sempre dicas interessantes de atividades e locais para quem quer aprender a sair da rotina e descobrir novas opções de entretenimento. Ao contrário do que se pensa, entretenimento não é algo vazio. Infelizmente,  há quem pense que se distrair é apenas “ir ao cinema para não pensar”.

Como é formado o público que comparece ao Ateliê?
 Difícl responder esta pergunta porque ele é muito variado. Pessoas dos 17 aos 65 anos já frequentaram o Ateliê do Ócio e vários tipos de profissionais. Aliás faço questão de dizer no material de divulgação que o único pré-requisito para participar é “querer sair da rotina”.

Onde os encontros acontecem?
 De modo aberto e gratuito, apenas na Livrarias Curitiba, uma vez por mês. As datas podem ser verificadas no site ou na publicação impressa da empresa.
No entanto, o Ateliê do Ócio é realizado em empresas, associações e até mesmo em pequenos grupos fechados. A educação para o tempo livre proposta pela Drops Cultural não obedece certos padrões estabelecidos de ter uma grade horária fixa ou sede própria.

Para outras informações acesse o  site da Drops Cultural: www.dropscultural.com.br 
Ou ainda a página do idealizador do Ateliê do Ócio, Tom Lisboa: www.sinTOMnizado.com.br/tomlisboa

    Material de divulgação do Ateliê do Ócio

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Kurt Halsey


Não declarar meu amor a mais ninguém,
é declarar meu amor eterno a ele.



Luana Gabriela
Abril 2010

Um Rascunho eternizado

Adjetivar como eterno um veículo que este ano comemora 10 anos de existência pode parecer um pouco exagerado. Mas não é. Isso porque o jornal literário Rascunho firmou neste período seu nome entre os maiores meios de comunicação com temática cultural do país. O reconhecimento vem do público, colaboradores e de grandes autores da literatura nacional, como Lygia Fagundes Telles e Dalton Trevisan.

O idealizador do jornal Rogério Pereira fala sobre o início do Rascunho, as parcerias e os próximos projetos.  Confira abaixo a entrevista completa.

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Capa nº 0


Rascunho completa em 2010 dez anos de existência. Como ele surgiu?

O Rascunho nasceu para ser um suplemento literário de Curitiba, sem grandes pretensões nacionais. Na época, os jornais da cidade não tinham (e até hoje não têm) um suplemento dedicado à literatura. Portanto, o jornal nasceu desta carência e da vontade de um grupo de jovens de fazer algo que consideravam interessante no jornalismo. Desde o início — e isso se explica, talvez, pelo ímpeto juvenil que nos rondava; todos tínhamos pouco mais de 20 anos e havíamos deixado a universidade recentemente —, o Rascunho sustentou uma proposta de crítica livre, sem vínculos com grupos, panelinhas, etc. Não queríamos fazer um suplemento parecido com o que ofereciam os grandes jornais. Partimos para uma “missão” um tanto iconoclasta. Hoje, mesmo com o amadurecimento do jornal, o Rascunho ainda é visto e reconhecido (o que é muito bom) como um veículo combativo, desapegado de tendências. Enfim, um amplo palco para discussões de maneira salutar e honesta. Também tínhamos uma preocupação em conceder espaço aos autores que estavam fora da grande mídia. Isso é uma marca do jornal que segue forte até hoje.



Neste período o jornal conquistou leitores, colaboradores e o respeito de autores consagrados como Lygia Fagundes Telles, Dalton Trevisan e Miguel Sanches Neto. Qual a importância disso para a consolidação do jornal como um veículo cultural no país?
O reconhecimento é fundamental para a existência do Rascunho. Hoje, ele circula em todo o país e é reconhecido com um veículo importante no cenário cultural do País.


Como é feita a distribuição do jornal? Ele pode ser encontrado em todo território nacional?
O Rascunho é distribuído em todo o País pelo Correio para assinantes e cortesias. Além disso, tem diversoso pontos de distribuição em Curitiba, Recife, Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo. Também é encontrado nas 17 lojas da Livrarias Curitiba no Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e São Paulo. Além disso, mantemos parceria de distribuição com o Itamaraty (25 embaixadas do Brasil recebem o Rascunho), Fundação Cultural de Curitiba, Secretaria Municipal da Educação, Biblioteca Pública do Paraná, entre outros.


Atualmente o Rascuho foi selecionado para receber recursos do governo federal. Como você pretende aplicar este recurso?
Os recursos do edital do MinC (venda de 7 mil assinaturas anuais) serão utilizados para pagar as dívidas do jornal, fazer um novo site e manter o jornal vivo por pelo menos mais um ano.

A partir do jornal surgiu o Paiol Literário. Qual o objetivo do Paiol Literário como evento cultural já integrado ao calendário da cidade?
O Paiol Literário é um espaço para o contato do público com os escritores. É uma troca muito interessante. O projeto tem memória, pois todos os encontros são gravados, transcritos, editados e publicados no Rascunho e no site. Em breve, teremos um livro com os encontros já realizados. Até agora, foram 38.

Qual o próximo autor que participará do Paiol Literário?
Ainda não definimos. Será em 19 de maio.

Neste mês de abril a Fundação Cultural de Curitiba lançou o programa Curitiba Lê. Que tem como função aumentar a qualidade e a quantidade da leitura na cidade. São mais de 10 Casas da Leitura e ainda uma Estação da Leitura – no Terminal do Pinheirinho, onde é possível realizar o empréstimo de livros. O que você acha desse tipo de iniciativa?
Acho imprescindível o trabalho do Estado na difusão e incentivo à leitura. Eu fui um dos curadores do acervo desta iniciativa da Fundação Cultural de Curitiba.


Há algum contato entre a Fundação Cultural de Curitiba e você para possibilitar a distribuição do Rascunho nessas Casas da Leitura e na Estação da Leitura?
Nós mantemos um acordo de distribuição do Rascunho em diversos pontos administrados pela Fundação. Com certeza, o Rascunho estará presente nestas novas iniciativas.

Para quem quiser fazer a assinatura do jornal, qual a forma?
Basta acessar o site www.rascunho.com.br, preencher um cadastro. A cobrança bancária é enviada por e-mail. O jornal segue pelo correio. Simples. A assinatura anual custa R$ 60,00.

Quais os próximos projetos seus relacionados ao Rascunho?
Neste ano, teremos antologia das melhores entrevistas do Rascunho nestes 10 anos. Serão 2 volumes com 20 entrevistas cada. Além disso, teremos um novo site.

 
                                                    Capa da edição comemorativa de 10 anos

Sobre o amor além do amor



Quem diz se esforçar para a relação confessa que está contrariado.

Fabrício Carpinejar


E eu confesso. Que muitas vezes digo não querendo dizer sim. Que calo muito do que quero falar para não magoar. Confesso que esse amor que sinto é tão imenso que digo todo dia: Te amo. E quando não digo fica o medo de não ter chance de dizer no outro dia. Pode ser que eu não volte, pode ser que você não volte. Desde dezembro eu tenho visto o mundo de um modo tão diferente. E tudo que antes era colorido anda cinza. Porque aquele em quem acreditei revelou-se um alguém que não existia. E eu passei a ver tudo sem amor. Considerar o amor uma mentira. E esqueci desse amor três em um. Amor de filha, irmã, amor de mãe. São estes três amores que sinto que me sustentam, nos dias em que chego tão exausta do emprego por trabalhar sábado, domingo direto e não ter tempo de chorar. Este fim de semana tudo que eu queria era ter tido era tempo de chorar. E ficou aquela vontade de ligar e dizer: pai te amo, apesar de você nunca lembrar do meu aniversário e me cobrar coisas que eu não ache que tenha que te dar. Dá vontade de falar: Mãe eu te amo apesar de nunca concordar com você. Irmã (s) eu as amo embora às vezes pareça que eu tenho ojeriza do modo como vocês agem. Eu não tenho. O que tenho é um amor que me consome e faz com que eu contrarie minhas próprias teorias. De que não preciso de ninguém, de que não preciso de colo. Porque eu nunca peço, mas o colo, o abraço é tudo que preciso nesses dias em que minha alma está cansada. Estou muito contrariada nessas relações, porque me esforço muito para não magoar, para não abandonar de vez. O que é exatamente o que eu tenho feito com todas as demais pessoas. Eu ando desistindo delas. Eu não ligo para quem não me liga. Eu não demonstro carinho se também não o recebo. Eu me escondo de quem não me procura. Mas com vocês é impossível. Porque este amor que sinto lateja, dói muito, penso às vezes que é maior que eu. Porque há dias em que digo a Deus: Não se preocupe comigo hoje. Mas tome conta deles. E Ele sempre cuida, de vocês e de mim. E através dEle é que percebo que amor é contradição, é dor. Mas também é ver o outro feliz justamente porque você está se esforçando, mesmo que você nunca atinja a perfeição nessa entrega.


Luana Gabriela
01/03/2010

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O Não Quero Falar Disso atingiu a marca de 100 seguidores - na verdade 101 - e isso é bem legal!
Obrigada a quem lê e segue. A quem segue e não lê (ha ha), a quem lê e não segue. Obrigada!

Outras brisas, mais leves - http://www.ventocomsomderiso.blogspot.com/

No passado

Se eu pudesse voltar no tempo eu não amaria ninguém
só para hoje amar alguém.


Luana Gabriela
08/04/2010

No passado

Se eu pudesse voltar no tempo eu não amaria ninguém
só para hoje amar alguém.


Luana Gabriela
08/04/2010

Sobre o meu querer - agora -

Quando as coisas dão errado algumas pessoas têm uma tendência de querer dormir pra esquecer, de fugir, de não querer lembrar. Eu sou uma delas. Eu fui dormir pra esquecer, eu nem quis lembrar das outras vezes em que as coisas deram errado. Mas eu sonhei. Eu sonhei com o passado, com o presente e com o futuro. Juntos... você, meu último amor, ele o meu primeiro amor, e a possibilidade do amor que ainda vai chegar. É como se cada vez que isso acontecesse a dor fosse maior, mas eu conseguisse superar mais fácil, eu não sei extamente o que isso significa. Você pode achar que é porque eu não amava realmente, foi exatamente o que ele achou. Se tem algo que eu aprendi é a amar sem medo. E tudo que eu realmente quero é encontrar um alguém que ame como eu amo. Que tenha coragem pra se abrir apesar das dores, eu teria mil desculpas pra não tentar nunca mais, mas eu teria de me contentar em rever os pequenos momentos de alegria que eu tive ao lado daqueles que eu amei e nunca me amaram, e não é isso que eu quero. Eu não mudo. Você pode até achar que eu não cresço, que seja assim se você preferir. Eu realmente não cresço, mas meu modo de amar anda tão maduro. Tudo que eu quero é encontrar alguém que ame como uma criança, que precisa de cuidados, mas que cuide também, que seja inconsequente o bastante para dizer que ama quando sentir vontade independente de estar juntos ou não. Que seja o maduro o suficiente para saber que eu posso amar e não ligar, que eu posso amar e enjoar da companhia, querer sentir saudade, que seja maduro pra entender que eu me afasto só para voltar correndo pros teus braços - como as cenas clássicas de filme. Eu vivo tudo muito intensamente e e teria mil desculpas para viver, para deixar de acreditar. Eu olho a minha volta e eu vejo pessoas que me magoam, pessoas que me ferem, mas que dizem que sou importante pra elas, e eu teria todos os motivos para não confiar. Hoje, eu não sei se eu queria alguém comigo ou se eu prefiro estar só. Dizem que a gente ama quem a gente adimira, quem é aquilo que gostaríamos de ser, outros dizem que a gente ama no outro aquilo que se assemelha a nós mesmos. Eu eu vou amar tudo. Eu vou admirar, eu vou amar as coisas que temos em comum, as que temos diferentes, eu vou amar tudo, porque tudo fará parte de você, eu... eu já sou parte de você. Eu não sei se já te conheço, se ainda vou conhecer, mas com certeza já um pouco de mim em ti. Eu só quero que você tenha sofrido muito, tenha sentido minha falta, uma saudade de tudo que você não viveu.. de tudo que eu ainda guardo pra você e tudo que vamos viver juntos. Ele voltou me perguntando porque eu não o quis, quando tudo que eu me lembro era de ter sofrido muito por ele, de ter escrito muito, até o dia que ele passou por aqui, e gritou que me amava, era tarde. Apesar de ainda amá-lo a dor que ele me causou era maior do que o amor, porque quando a dor cresce, o amor diminui. Sabe, foi exatamente isso que aconteceu com o último. Mesmo que ele hoje aparecesse dizendo que ama, eu não o quereria mais. Porque a dor que ele me causou é maior que todo amor que ele possa me dar. Eu poderia pedir a Deus agora pra te trazer logo, pra você me mostrar tudo que hoje eu já não consigo ver. Mas talvez não seja um bom momento, talvez eu me cure sozinha, talvez só você possa me curar pra sempre... talvez. Hoje eu acordei, e eu lembrei da dor que eu sentia antes de dormir, mas definitivamente eu não quero mais senti-la, e é claro que eu gostaria de uma mão pra me levar pra qualquer outro lugar onde ele não estivesse. Mas acho que não sou alguém bom para se amar agora, a minha vida está uma bagunça. Hoje eu só queria alguém pra tornar as coisas um pouco mais fáceis. Talvez você procure uma mulher perfeita, com a vida resolvida, um bom emprego, bem sucedida, uma mulher que te divirta, que resolva sozinha seus problemas e que eles não sejam muitos, então esta não sou eu. Eu sou alguém que costuma chorar sozinha, amar sozinha, levantar sozinha. Mas isso é porque nunca me deram muitas opções. Hoje eu te peço, seja lá quem você for e onde estiver, não seja só mais um amor atrasado, mais um amor -amigo. Eu não preciso mais disso. Minha vida está mesmo uma bagunça, mas eu convivo bem com isso, eu tô arrumando tudo... sen você chegar antes você será responsável por me ajudar arrumar, se você chegar depois talvez você seja só um prêmio, uma recompensa por toda a dor e por ter superado... e então vôcê será só uma recompensa, aí você não fará parte do que eu sou apenas virá quando eu já for... Eu acho que isso não é bom. Eu poderia ter mil desculpas para deixar de acreditar, para deixar de amar, mas hoje eu não preciso de nenhuma delas.

Last night she said ...

Eu não sei. Se pela pele branquinha, o cabelo liso e escuro, pela barba por fazer. Eu não sei se pelos dedos, tão gordinhos, pela unha pequenininha. Se pelos olhos escuros, pequenos que quando você sorri quase formam uma linha. Não sei se pelo teu riso fácil, pelo teu bom humor, ou pelo teu abraço, que desce ajustado em minha cintura, que encaixa minha cabeça em teu peito. Não sei se pelo teu moletom azul, ou pela camiseta bordo do Strokes. Não sei se pelo modo que me ajudou a aprender a tocar baixo (baixo), por ter me ajudado a carregá-lo tantas vezes pelas ruas do centro. Não sei se foi pelo show da banda que você não gosta, mas foi só para me agradar. Não sei se foi pelas partidas de futebol do Winning Eleven que você nunca me deixou ganhar. Não sei se pela lembrança que nunca consiste em ação. Eu lembro e não te escrevo. Você lembra e não me liga. Não sei se pelo teu perfume que é tão fraco que não fica no ar quando você parte. Não sei se pelo beijo na chuva, mãos dadas na rua, você me levando pra casar sem saber se conseguiria entrar na sua. Não sei se foi o pacto que descumprimos. Não sei se foi tudo o que disse aquela noite que ainda não esqueci. Eu não sei onde começou. Eu não sei quando vai passar. O amor é não saber.


Luana Gabriela

05/04/2010




Trilha:
Last night she said

Oh, Baby, I feel so down Oh
Oh, and turned me off Oh,
When I feel left out
So I, I turned around
Oh, baby, I don't care no more Oh, baby,
I know this for sure
I'm walking out that door

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Este blog é tipo o Lula , tem duas datas de nascimento. O triste é que eu não lembro exatamente a data 1 (é por volta de agosto de 2008), criei depois de uma aventura minha em SP, mas tem a data 2 - que foi dia 06/04/2009- então..., o Não Quero Falar Disso tem mais de um ano! Obrigada a quem lê, a quem segue, a quem comenta, e a quem só lê e não comenta, obrigada a quem copiou o que leu e não colocou meu nome, obrigada aos que copiaram e deram os créditos, obrigada aos que se sentiram ofendidos com as verdades aqui escritas, aos que se sentiram amados com os versos aqui postados, obrigada. Mesmo... O tempo gasto aqui mostra a importância que dão ao que escrevo ( e a mim) e isso é muito importante pra mim.

=D

 

Céu sem Cor

Um dos graves traumas afetivos é a falta de amor pelo amor.
Os pares se amam, mas estão descontentes por amar. Não desejavam estar amando. É um amor contrariado, um amor dissidente. Como uma maldição: Por que foi acontecer comigo logo agora?
Fabrício Carpinejar


...

Como se fosse necessário que eu ainda dissesse algo além do meu tradicional Não Quero Falar Disso! Como se meu não querer fosse um querer mal disfarçado , e não é. Como se fosse necessário que meu rosto estivesse molhado para entender que sim, o não é não. Como se ainda tívessemos os três, eu, você e o amor alguma, qualquer, mínima, chance. Como se não fosse esse frio algo típico de quem não ama. E o é. Como se eu precisasse mascarar meu descontentamento com você, comigo, com nós dois, com o vento, com  rua, com a chuva. Como se quem ama não estivesse nem aí pra isso, e não está. Mas eu nunca disse que te amo. Eu nunca mais disse, desde aquele último abril. Hoje faz um ano. Como se restasse em mim alguma alegria de viver. Não resta. Fica a alegria de morrer, porque um dia se morre. E não só por dentro, e não aos poucos - como tem sido cada um desses 365 dias. Mas se morre, assim, de vez, não é que se abre os olhos está morto, é que não se abre mais os olhos. E é escuro de vez.  Não só por dentro. 



Luana Gabriela
08/04/2010

De janelas fechadas

Estou com as janelas todas fechadas.
A porta trancada.
Não há brecha por onde o vento possa entrar.
O vento é o amor.

Luana Gabriela

De janelas fechadas

Estou com as janelas todas fechadas.
A porta trancada.
Não há brecha por onde o vento possa entrar.
O vento é o amor.

Luana Gabriela

A verdade sobre o tempo e o amor




Não é que o amor é para sempre.
É que quando a gente ama o tempo não existe.


Luana Gabriela








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